Manaus, 07/05/2024

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Aluna vítima de montagem com falsa foto nua relata trauma

Aluna vítima de montagem com falsa foto nua relata trauma
06/11/2023 11h45

Mais de 20 alunas de um colégio particular da Zona Oeste do Rio de Janeiro foram vítimas de produção de fotomontagens nas quais, devido à alteração nas imagens, elas aparecem nuas. Em entrevista exibida pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (5), uma delas relatou o trauma que tem vivido desde que o ocorrido veio a público.

– É o assunto que só se fala nisso, no recreio você anda só escutando sobre isso, você sai da escola, tem grupos falando sobre isso, então é uma situação que não tem como fugir. Eles nunca vão saber o trauma que eles causaram – disse uma das jovens.

Segundo relatos dos pais das vítimas, que procuraram tanto a 16ª Delegacia Policial, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, como a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, estudantes do Colégio Santo Agostinho teriam utilizado um aplicativo para produzir imagens falsas de colegas e de outras meninas que não estudam na mesma escola.

De acordo com os pais, a partir de uma foto da pessoa vestida, a ferramenta analisa suas características e substitui a imagem por um corpo bastante semelhante, só que nu. Esse tipo de aplicativo é chamado de “deep nude”. As fotos alteradas teriam sido divulgadas pelos estudantes em grupos em um aplicativo de mensagens.

– Uma amiga minha me ligou enquanto estava em aula. Ela me contou que tinha nudes falsos nossos rodando pela internet. Não só meu, como dela e de mais umas outras amigas nossas – contou a aluna à TV Globo.

Também ao Fantástico, a mãe relatou que nunca viu a filha em uma situação como aquela.

– Era um choro desesperador, um descontrole. Eu tentava acalmar: “mas meu amor, não são suas as fotos”. [Mas ela dizia:] “Mas sou eu nua, mãe, meus amigos estão me vendo nua, e é constrangedor” – contou.

INVESTIGAÇÕES
A partir desta segunda-feira (6), a polícia começa a ouvir novas vítimas e também alguns dos suspeitos, além de funcionários do Colégio Santo Agostinho para colher novas evidências para as investigações. A corporação já identificou parte dos adolescentes envolvidos no caso.

Como os suspeitos são menores de idade, eles devem responder por ato infracional previsto no artigo 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente, que pune “simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual”.

O Colégio Santo Agostinho enviou nota aos pais de alunos em que lamenta o episódio e afirma que “serão tomadas as medidas disciplinares aplicadas aos fatos cometidos, em tutela escolar”. Mas a instituição pede “a compreensão de todos os envolvidos, pois a condução dos atendimentos demanda tempo e não podemos tomar decisões precipitadas”.

A nota afirma ainda que “é preciso tranquilizar seus filhos, não permitindo que se propaguem mais situações de conflito e desrespeito”. Em outra nota, ao público em geral, a escola afirma que está apurando o caso e adotando as medidas previstas no regimento da escola.

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