Manaus, 26/04/2024

Amazonas

Amazônia tem pior agosto dos últimos 12 anos em número de queimadas

Vista aérea de área queimada na Amazônia, perto de Apuí, no Amazonas. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Vista aérea de área queimada na Amazônia, perto de Apuí, no Amazonas. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
01/09/2022 16h20

A Amazônia registrou o pior agosto dos últimos 12 anos em número de queimadas em 2022, segundo o levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo a instituição, 33.116 focos de queimadas foram registrados durante o mês.

O pior agosto antes desse período tinha sido em 2010, quando o Inpe registrou 45 mil focos.

Os milhares focos de incêndio se espalham rapidamente pela Amazônia. É tanto fogo que clareia a noite.

Neste ano, a floresta queima há dias na divisa do norte de Rondônia com o Sul do Amazonas. Os incêndios acontecem a qualquer hora.

Os efeitos das queimadas podem ser vistos em muitos lugares da região. Em Manaus, o céu está constantemente esfumaçado.

“Estamos falando de áreas onde, em hipótese nenhuma o fogo devia estar ocorrendo e a gente constata que o fogo é causado por ações. Certamente criminosas. Então são muitos aspectos. A situação é crítica, no site de monitoramento de queimadas. A gente vê isso diariamente nesses focos, ocorrendo em todas as partes”, disse o pesquisador do Inpe, Alberto Setzer.

Os 33 mil focos de queimada em agosto estão acima da média histórica para o mês, que é de 26,3 mil focos registrados.

Uma das regiões que está em chamas fica em Manicoré, município no Sul do Amazonas. Uma área igual a 11 mil campos de futebol foi destruída pelo fogo, segundo o Greenpeace.

“A gente não está falando daquele manejo do pequeno agricultor, da sua pequena área, do seu roçado ou mesmo do indígena, alguns tipos de manejo que envolvem queimadas controlados. Nós estamos falamos aqui de queimadas de grandes áreas que depende de muito recurso, de muito investimento econômico para poder fazer uma devastação como esta”, disse o gerente de florestas do Greenpeace, André Freitas.

O representante do Greenpeace avalia, ainda, que houve um relaxamento na legislação ambiental nos últimos quatro anos.

“Todos os sinais que emanam de Brasília em relação à permissividade nas leis, às flexibilidades que estão sendo dadas a algumas legislações, legislações ilegais e mesmo ao enfraquecimento dos órgãos ambientais. É esse conjunto todo e também muito apoiado por uma bancada que também tem interesses na região, tem levado a esse caos. As pessoas que estão invadindo o bioma, que estão invadindo as áreas públicas, terras indígenas, unidades de conservação, elas estão numa certeza de que lá na frente serão anistiadas pelo governo”, finalizou.

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