06/04/2022 15h22
A Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana – ARATRAMA, REPUDIA a atitude desrespeitosa da Câmara Municipal de Manaus, em EXCLUIR os Representantes da Sacralidade dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana de Manaus, no evento ocorrido hoje em seu Plenário, onde se pretendeu tratar sobre Liberdade Religiosa.
Evento RESTRITO as representações religiosas hebraico-cristãs.
A hipocrisia foi tanta, que o presidente do ato, vereador Samuel da Costa Monteiro, evangélico, ao ser questionado pelo Vereador Rodrigo Guedes, católico, sobre a ausência de outras lideranças religiosas, alegou que ali estavam os representantes das maiorias religiosas, 80% da população de Manaus (SIC).
Tal enunciado usado, LIBERDADE RELIGIOSA, foi usado LEVIANAMENTE, pois deveria ter usado como tema, apenas e tão somente, liberdade religiosa cristã fundamentalista e INTOLERANTE!
A Câmara Municipal, há pelo menos uns dez anos, perdeu completamente o rumo e o prumo no que se refere a Direitos Humanos, quanto a Liberdade Religiosa, ela passa muito longe do entendimento do que isso de fato significa. De forma DESAVERGONHADA E ATÉ CRIMINOSA promove o proselitismo hebraico-cristão, seguindo a intolerância peculiar das igrejas neopentecostais radicais.
Essa seletividade criminosa se dá perante um MPE e MPF totalmente inertes.
A CMM é um retrato infame do que se está vivendo no Brasil, de forma acintosa, agravada desde 2019 com a ascensão de um presidente terrivelmente evangélico e intolerante.
A sociedade não atenta que, nesse momento da história, somos nós o afros que sofremos esse tipo de “cancelamento”. Mas se a coisa continuar nesse ritmo, se repetira o que vimos no nazismo, quando outros seguimentos da sociedade findaram vítimas do ódio patológico daqueles que não conseguem viver com a diversidade.
Particularmente, com raríssimas exceções, essa legislatura da CMM não passa de um reduto de pessoas que não representa o Estado Democrático de Direito, pois se reduziu à um circulo de interesses perversos, racistas e promotores da exclusão.