21/12/2018 12h30
ara comemorar dez anos de atividades em Manaus, o projeto Arte Sem Fronteiras vai apresentar o espetáculo de dança “Via Nordeste” nesta sexta-feira, 21/12, no Teatro da Instalação, Centro. A sessão começa às 18h, com pré-show acústico do cantor James Rios, e os ingressos podem ser adquiridos a R$ 10.
Com direção e coreografia de Wilson Junior, que também é coordenador do projeto, o espetáculo aborda a migração do homem nordestino para outras terras em busca de melhores condições de vida, principalmente entre os anos de 1943 a 1945. “É necessário conhecer e reconhecer vários momentos históricos a fim de identificar no próprio corpo expressões que retratem o meio vivido dos nordestinos nesse contexto”, afirmou o diretor.
Selecionado para o Festival Amazonas de Dança de 2017, “Via Nordeste” apresenta as várias formas como se deu o processo migratório do povo nordestino. Para Wilson Junior, essa é uma maneira de manter viva a memória das raízes que também compõem os povos da Amazônia.
Ação social
Criado em 2008, o Arte sem Fronteiras possui quatro linhas de trabalho complementares entre si: dança contemporânea, o balé, o jazz e as danças afrobrasileiras. Para além das técnicas codificadas e dos repertórios repetitivos da dança, o projeto propõe a conexão das múltiplas redes que existem no mundo contemporâneo entre arte, educação e sociedade.
“Essa é uma iniciativa que nasceu da minha pesquisa como bacharel em Dança. Queremos enfatizar a necessidade de valorização da dança como conhecimento, percepção e processo criativo”, destaca Wilson.
O projeto tem como público-alvo jovens em situação de vulnerabilidade social e desenvolve suas atividades em parceria com instituições e empresas, como o DLima Estúdio Fotográfico e o Centro Educacional Santa Teresinha. Nesses 10 anos de existência, mais de 400 jovens passaram pelo processo formativo, e alguns deles vêm trilhando um caminho promissor na dança.
É o caso da bailarina Eduarda Santos, que atualmente integra o Grêmio Recreativo Escola de Samba Reino Unido da Liberdade como musa da bateria e, em 2017, exerceu o cargo de Mulata de Ouro do Carnaval amazonense. Segunda ela, o ingresso no projeto trouxe crescimento pessoal e profissional: “Avancei nas técnicas da dança e melhoria em quesitos como expressão e disciplina diante das atividades artísticas”, contou.