02/09/2019 21h44
“Isso nos remete à época do Regime Militar. É
lamentável que o presidente da República tenha essa postura. Entendo que a
democracia será mais ativa com uma imprensa livre. Cabe ao governo responder à
imprensa e não cercear a imprensa. Ele dá motivos para que a imprensa o
critique. Bolsonaro é a fonte do seu próprio desgaste, porque reiteradamente diz
coisas que não fazem nexo e que não têm pé nem cabeça”.
Essa foi a declaração do deputado Serafim Corrêa
(PSB), ao falar da postura do presidente Jair Bolsonaro (PSL) quando ele, em
uma rede social, defendeu a prisão de jornalistas com pena de dois a oito anos
de prisão, que segundo ele “publicam mentiras” ao seu respeito. A declaração de
Bolsonaro foi transmitida na noite da última quinta-feira (29).
Jair
Bolsonaro citou como exemplo notícias na mídia sobre familiares da primeira-dama,
Michele Bolsonaro, e da avó da primeira-dama, Maria Aparecida Firmo Ferreira,
que já responderam a ações na Justiça. Ainda sobre fake news, o presidente
disse que há um discurso errado sobre a divulgação de notícias da Amazônia, que
há mais de uma semana está sendo incendiada.
Serafim
ainda disse que o presidente é protagonista da crise da Amazônia no mundo.
“Exemplo de equívoco é chamar a crise no mundo inteiro para a questão da
Amazônia, quando nós sabemos que, efetivamente, as queimadas aumentaram, e
muito. Ao invés de combater as queimadas e propagandear isso, Bolsonaro
primeiro disse que não tinham queimadas e depois decidiu combatê-las, mas aí o
mundo inteiro já está contra nós. Essa mídia negativa é muito ruim para o
Brasil”, disse o deputado.
Líder
do PSB na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, Serafim também lamentou
o embate do Brasil com a França, envolvendo o presidente Emmanuel Macron. “É um
equívoco brigar com a França, que integra o G7. Isso desperta a solidariedade
de toda União Europeia. Os povos não têm amigos e nem inimigos. Temos que
ter clareza disso. Os Estados Unidos não são amigos do Brasil e nem o Brasil é
amigo dos Estados Unidos. O que temos em comum são interesses”, concluiu o
deputado.