Manaus, 27/04/2024

Amazonas

CASOS DE ASSÉDIO SEXUAL E AGRESSÕES NOS COLÉGIOS DA PM-AM SÃO CONFIRMADOS DURANTE AUDIÊNCIA NA ALEAM

Foto: Noa Magalhães/Aleam
Foto: Noa Magalhães/Aleam
28/09/2019 15h46

Nesta sexta-feira (27), estudantes,  professores e pais de alunos dos colégios militares da Polícia Militar do Amazonas (CMPM-AM) estiveram na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) para confirmar as graves denúncias de assédios sexual e moral e de agressões físicas cometidos por gestores dos colégios militares.

Solicitada pelo deputado estadual Fausto Jr, durante a audiência vários professores e mães de alunos deram detalhes sobre as tentativas de estupro, assédio sexual e agressões praticadas por gestores em cinco dos nove CMPMs existentes no Amazonas.

De acordo com  o deputado Fausto Jr., mais de 20 denúncias foram formalizadas junto ao comando da Polícia Militar e à secretaria de Educação do Amazonas (Seduc), onde foram denunciadas as irregularidades das instituições de ensino.

Ainda conforme declara o deputado, a falta de investigação motivou que outros casos de assédio ocorressem, inclusive se alastrando para outros colégios da PM. “A situação ficou insustentável, por isso realizamos a audiência pública onde as vítimas podem cobrar providências das autoridades”, disse Fausto.

Participaram da audiência pública os representantes da Seduc, do comando da Polícia Militar, Ministério Público, Delegacia de Proteção à Infância e Adolescência, Câmara Municipal de Manaus e da comissão de Educação da Assembleia Legislativa.

Em troca de melhores notas , mães afirmam que diretor convida aluna e mãe de aluno para encontros sexuais

Cláudia Silva (nome fictício), é mãe de uma aluna que foi assediada sexualmente em troca de melhores notas escolares. “Minha filha é menor de idade e foi convidada pelo gestor do colégio para um encontro sexual. Em troca ela teria as notas melhoradas no boletim”, denunciou.

Outra denúncia foi feita por Maria Silva (nome fictício), que relatou que foi convidada pelo diretor do colégio para um encontro sexual, em troca da aprovação do filho no ano letivo. 

“Ele (diretor) disse que meu filho só passaria de ano se eu aceitasse ir para o motel”, denunciou a mãe. “Eu disse pra ele que iria denunciar o caso na Seduc. Ele me disse que a denúncia não daria em nada e que meu filho seria reprovado”, acrescentou.

Após receber todos os documentos com as denúncias já encaminhadas à Seduc e ao comando da Polícia Militar, o deputado Fausto Jr. afirmou que vai lutar para que todos os casos sejam investigados e os agressores sejam punidos. “Vamos investigar todos os casos de assédio nas escolas. O Ministério Público e a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente vão entrar na investigação”, garantiu Fausto.

A deputada Therezinha Ruiz, presidente da comissão de Educação da Aleam, destacou que as denúncias são graves e que os estudantes devem ser ouvidos pelas autoridades que investigam o caso.

A deputada prometeu que os agressores serão investigados e afastados dos colégios e serviço público. “Os estudantes estão pedindo socorro há tempos, porém ninguém ouvia. Agora será diferente! Vamos trabalhar para que os casos sejam investigados”, prometeu Therezinha.

Audiência pública apresenta resultados

Ao final da audiência pública, o coronel da Polícia Militar, Roberto de Oliveira Araújo, que comanda o Núcleo de Ensino da PM, garantiu que haverá mudanças no comando de todos os colégios da Polícia Militar.

A comissão de Educação da Aleam se comprometeu em realizar visitas em todas as escolas públicas de Manaus para conversar com estudantes e professores e averiguar denúncias de assédio e agressões.

A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente confirmou que vai instaurar inquérito para investigar as denúncias feitas por alunos e professores sobre as irregularidades ocorridas nos CMPMs.

COMENTÁRIOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.