Manaus, 07/05/2024

Esportes

COMITÊ PARALÍMPICO ANUNCIA PROTOCOLO PARA RETORNO DE TREINOS

Reprodução/Internet
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12/06/2020 14h21

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) elaborou um protocolo para a retomada de atividades esportivas. O documento, de 64 páginas, elenca medidas de prevenção de contágio para pessoas com deficiência, orientações quanto à realização de testes, uso de máscaras, higienização, distanciamento e logística

“Esse protocolo vai ser submetido às autoridades municipais e estaduais para que a gente vá acompanhando. O cenário muda todo dia. Um dia vai ter lockdown, no outro dia é abertura. A única coisa que dá para fazer é exatamente nos prepararmos para voltar [às atividades] quando for permitido e possível. É um documento que a gente entende que garante a segurança dos atletas, técnicos e todos envolvidos nessa operação”, afirma o presidente do CPB, Mizael Conrado.

Entre as recomendações gerais, estão a preocupação com o número de atletas ao mesmo tempo e manter o grupo nos demais dias de treino; manter períodos curtos de atividade diária individual ou por grupo, conforme a fase do treinamento; não compartilhar equipamentos e higienizá-los com álcool em gel ou líquido; e manter assistência médica, preferencialmente UTI móvel, durante os treinos.

O documento redigido pelo Comitê recomenda, primeiramente, atenção à curva de contágio local pela covid-19 e às estruturas disponíveis na rede privada de hospitais e pronto-socorros e no Sistema Único de Saúde (SUS). Estabelece, por exemplo, que a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a doença não esteja superior a 90% na região.

A orientação é que atletas e demais profissionais respondam a formulários que ajudem a detectar casos suspeitos do vírus. Em seguida, recomenda-se a realização de testes laboratoriais. “Isto buscará evitar que indivíduos assintomáticos ou oligossintomáticos sejam agentes transmissores, contaminando o ambiente e os frequentadores, além de serem possíveis agentes contaminadores”, diz o documento.

Em casos suspeitos ou contato com alguém infectado, o protocolo indica que a pessoa faça o teste “em, no máximo, 72 horas após a exposição”, repetindo-o em até 10 dias e que não retorne aos exercícios sem liberação médica. O protocolo determina o retorno aos treinos em fases, dividindo as modalidades entre as de baixo risco de contágio (atletismo, natação e tiro com arco, entre outras), moderado (por exemplo, basquete em cadeira de rodas) e alto (lutas e esportes coletivos de contato, como judô, goalball e futebol de cinco, para atletas com deficiência visual).

A fase inicial consiste em treinos individualizados ou em grupos pequenos, preferencialmente em espaços abertos. A segunda fase autoriza grupos maiores e trabalhos individuais com intensidade máxima. Avaliações científicas e fisioterapia já poderão funcionar presencialmente nesta etapa.

“Esta fase só pode ser iniciada se a fase anterior for completamente cumprida, os índices da doença estejam controlados, e a localidade possua capacidade total para recepção de eventual aumento de curva de contágio pelo afrouxamento das medidas”, alerta o protocolo.

Já a terceira e última fase é a de retorno próximo a competições. Segundo o documento, as medidas implementadas “devem ser mantidas mesmo após o período imediatamente posterior à recuperação plena da pandemia, servindo esta situação de crise para procurar novas práticas de higienização que visem prevenir uma situação equivalente”. Ainda de acordo com o protocolo, deve-se levar em consideração a realização de eventos sem público na retomada.

Atletas e estrutura

O protocolo também elenca orientações voltadas especificamente aos atletas e estabelecimentos. Durante a prática esportiva em ambientes abertos ou piscinas, por exemplo, o treino pode ser feito sem máscara – que deve ser recolocada assim que a atividade acabar – mantendo um distanciamento de 1,5 metros a dois metros. Em ambientes internos, a distância recomendada é maior que 2,5 metros e, no caso de modalidades mais estáticas ou de baixa intensidade, a pessoa deve manter a máscara.

Também é orientado usar o mínimo possível de utensílios – como brincos, anéis e correntes – para facilitar a higienização, ir à rua com a roupa de treino, evitar transporte público ou caronas, tomar banho imediatamente após retornar para casa e desinfetar o que ficou exposto, como óculos, mochilas ou celular. O documento aconselha o isolamento social fora do período de atividades e que participações em eventos sociais ou locais com aglomeração sejam suspensas.

Já entre as recomendações às estruturas esportivas, está abrir somente um banheiro masculino e um feminino, limpá-los sempre que os boxes forem utilizados e restringir acesso a espaços fechados, como academia, a exceção da piscina. Se o local recebe vários esportes, deve-se evitar o mesmo acesso às diferentes modalidades, permitir acompanhante só para atletas que necessitam de atendimento especial e marcar distâncias de segurança no solo com adesivos ou fitas, além de oferecer álcool em gel e aferir a temperatura de quem estiver no local – se estiver acima de 37,5 graus, o atleta não poderá treinar.

Grupo de risco

O protocolo ainda lembra que entre as pessoas com deficiência, há “um grupo de risco que compreende as que apresentam condições relativas à deficiência, principalmente com restrições respiratórias, dificuldades na comunicação e cuidados pessoais, além daquelas em condições autoimunes ou ainda que usem imunossupressores ou imunomoduladores”.

Menciona, também, que pessoas com deficiência no quadro neurológico podem apresentar sintomas associados à Covid-19 como piora brusca na saúde, perda de memória e (ou) confusão mental, redução de força, fadiga repentina e, na forma mais grave do vírus, dificuldade de resposta à pneumonia e instalação de uma doença sistêmica.

Outro grupo destacado é de pessoas com deficiência visual, que necessitam constantemente de contato para locomoção – tanto que as atividades desse público figuram entre as de alto risco de contágio. O protocolo recomenda, por exemplo, que se priorize a utilização de bengalas e cães-guias no auxílio à movimentação ao invés de pessoas.

O documento faz, por fim, recomendações gerais sobre higiene pessoal (lavagem frequente de mãos, desinfecção obrigatória ao se entrar no estabelecimento, manter unhas curtas), sanitização de ambientes (janelas e portas abertas, remoção do lixo de duas a três vezes no dia) e reforça o distanciamento social, alertando sobre a atenção redobrada no caso de pessoas com deficiência.

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