Manaus, 27/04/2024

Brasil

CPI da Pandemia retoma nesta quinta-feira o depoimento de Pazuello

Jefferson Rudy/Agência Senado - 19.mai.2021
Jefferson Rudy/Agência Senado - 19.mai.2021
20/05/2021 09h41

A CPI da Pandemia retoma nesta quinta-feira, 20, o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Depois de mais de sete horas de questionamentos na quarta-feira 19, a reunião da comissão teve de ser suspensa após o general da ativa passar mal e também devido às votações no plenário do Senado. Ainda estão inscritos 23 parlamentares para fazer perguntas ao ex-chefe da Saúde.

No primeiro dia de audiência, o mais longevo titular da pasta durante a pandemia afirmou que nunca “recebeu ordens diretas pra nada” de Jair Bolsonaro e assumiu a autoria de todos os atos à frente do ministério. Disse ainda que respostas à Pfizer foram dadas ‘inúmeras vezes’ desde agosto de 2020, contrariando o depoimento do ex-presidente da farmacêutica no Brasil Carlos Murillo. O general negou que Bolsonaro tenha lhe dado ordens para desfazer um acordo com o Butantan pela CoronaVac, o que contradiz declaração do próprio presidente. Segundo ele, o governante teve apenas uma “reação política” a falas de João Doria, mas não formalizou qualquer ordem contra a vacina.

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Na avaliação do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), Pazuello se esquivou de algumas perguntas no primeiro dia. Omar opinou não ver necessidade de quebrar os sigilos do ex-ministro. Já o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmaram que o general mentiu várias vezes aos parlamentares, além de omitir informações.

Para Randolfe, as contradições do depoimento mostram que Pazuello terá de ser acareado com outros depoentes da CPI. Para Renan, o ex-ministro estava “fingindo responder” e negou as próprias declarações que fez anteriormente.

Em defesa do depoente, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que Pazuello respondeu a todas as perguntas e não se esquivou de questionamentos. Em sua opinião, nenhum dos depoentes da CPI, até agora, afirmou que houve interferência indevida do presidente Bolsonaro no Ministério da Saúde. Rogério acredita também que não houve mentiras nem contradições nas falas de Pazuello aos senadores.

Como o depoimento de Pazuello continua nesta quinta, a audiência com Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, conhecida por ser defensora da cloroquina e pela alcunha ‘Capitã Cloroquna’, foi adiada para a próxima terça-feira, 25.

OUTROS DEPOIMENTOS

Pazuello é a oitava testemunha a ser ouvida na CPI, que apura ações e possíveis omissões do governo federal no enfrentamento da crise sanitária, bem como eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios. Já foram ouvidos os ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, o ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten, Carlos Murillo, representante da farmacêutica Pfizer e o ex-chanceler Ernesto Araújo.

(Com Agência Senado)

 

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