03/10/2023 21h10
Nesta terça-feira (3), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro recebeu o empresário Argino Bedin, que exerceu seu direito de permanecer em silêncio diante das perguntas dos parlamentares.
Bedin foi acusado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) de enviar caminhões a Brasília e, deste modo, financiar as manifestações contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dos 272 caminhões que foram direcionados à capital federal, 72 vieram da cidade de Sorriso, Mato Grosso, onde Bedin é sojicultor. Destes, cinco veículos estavam no nome do empresário e outros 11 em nomes de seus familiares.
Eliziane mostrou vídeos das obstruções nas rodovias do estado onde o empresário mora, acusando-o de impedir que as pessoas exercessem o direito de ir e vir.
– Fazer manifestação, fazer às vezes até algumas obstruções é até comum. Agora, você impedir que ambulância e que pessoas que estão numa situação de fato grave de vida possam ser impedidas de transitar deixa de ser manifestação e passa a ser um ato desumano, um ato criminoso. E não é exagero dizer que foi o que a gente percebeu nesses dois meses: atos realmente terroristas – declarou a senadora.
O deputado Carlos Veras (PT-SE) disse que o empresário é responsável pelos atos de vandalismo cometidos pelos manifestantes que estavam na Praça dos Três Poderes.
– O senhor [Bedin] não é só responsável pelos seus atos, mas pelos atos daqueles trabalhadores também que estiveram fazendo atos terroristas e antidemocráticos, que deixaram uma criança correndo risco de ficar cega de um olho, porque eles não deixaram passar em um bloqueio antidemocrático – declarou o petista.