Manaus, 26/04/2024

Política

Deputado afirma que situação de crise na Segurança Pública é reflexo da falta de planejamento do Governo do Amazonas

FOTO: MÁRCIO GLEYSON
FOTO: MÁRCIO GLEYSON
14/07/2021 15h00

O parlamentar destacou que todas as respostas que o secretário Louismar Bonates deu ontem aos deputados corroboram as denúncias que ele já fez da tribuna da Aleam sobre improvisação dos atos financeiros e administrativos da atual gestão do Governo do Estado

O deputado Dermilson Chagas (sem partido) criticou, na manhã desta quarta-feira (14/7), a forma como a Segurança Pública do estado vem sendo conduzida de forma improvisada pela atual gestão do Governo do Amazonas. O parlamentar, que ouviu ontem (terça-feira, 13/7), o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, disse que tudo o que ele respondeu na reunião confirma claramente que há falta de investimento em efetivo, em equipamentos, em armamento e, sobretudo, de planejamento global e coordenado na capital, no interior e nas regiões de fronteira que possa trazer segurança para todo o estado do Amazonas.

“Eu perguntei e ele afirmou que não tem efetivo, munição, armas e planejamento nenhum, somente ideias que poderão ou não ser futuramente implementadas. Eu perguntei sobre os fatos que ocorreram na última sexta-feira (9/7) que levaram à prisão do secretário executivo adjunto de Inteligência e ele disse que o Guardião nunca foi auditado pelo Ministério Público do Estado na atual gestão, mesmo tendo dois deputados fazendo uma denúncia ao órgão sobre monitoramento ilegal de telefones de deputados e pedindo providências para fazer uma auditoria no Guardião. Isso é preocupante porque percebemos o descaso com as ferramentas que são muito poderosas, como o Guardião, e que podem investigar e ouvir qualquer cidadão de bem”, disse o parlamentar.

Dermilson Chagas disse ainda que espera que o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que conduziu a Operação Garimpo Urbano e que resultou na apreensão do Guardião, analise atentamente para saber se há autoridades que estão sendo monitoradas e que seja descoberto o motivo pelo qual estão sendo monitoradas. “Precisamos saber se há investigação e qual o número desse processo, e também em que momento aconteceu isso. Não podemos ficar à mercê de uma pessoa que mostra os indícios apontados pelo Gaeco que tem uma relação com a criminalidade”, avaliou o deputado.

Inconsistência nas respostas

O deputado afirmou que o secretário de Segurança Pública deu respostas inconsistentes sobre várias situações graves que comprometeram gravemente a segurança pública no Amazonas, tanto na capital quanto no interior, como rebeliões em presídios do estado, chacinas em Manaus e em Tabatinga e ações de vandalismo promovidas por facções criminosas. De acordo com o deputado, Louismar Bonates não soube responder o trivial, portanto dando a entender que a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM) não possui de fato um planejamento estratégico e age de forma improvisada aos ataques do crime organizado.

“Fiz questionamentos também em relação ao que aconteceu na penitenciária na gestão do Bonates e ele disse que o aconteceu lá é uma questão para doutorado, que ele não consegue nem explicar. Sobre o que aconteceu no (bairro) Crespo, foi troca de tiros e não tinha como prevenir. Perguntei também sobre o que aconteceu referente aos atos de criminalidade aqui em Manaus e em algumas cidades da Região Metropolitana e em Parintins, e ele disse que aquilo não teve como ser monitorado. Ele disse que tudo aquilo foi ocasionado pela morte de um bandido. E eu perguntei a ele: ‘Se esse homem que mataram era de alta periculosidade, quem estava monitorando-o? Além desse homem, havia outros em torno dele que executavam suas ordens. Esse homem foi morto, alguém passou o comando para o Rio de Janeiro e não teve quem monitorasse isso?’ Se o secretário não sabe responder essas questões importantes, como é que nós vamos poder combater a violência, o tráfico de drogas, se não tem policial, não tem munição, não tem viaturas e nem um serviço de Inteligência e planejamento estratégico?”, questionou Dermilson Chagas.

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