A pandemia do novo coronavírus gerou incertezas em relação ao emprego e a renda. Por isso, os brasileiros estão usando menos o cartão de crédito: o indicador de demanda por financiamentos recuou 25,7% em abril na comparação com 2019, maior tombo em 12 anos. As informações são da Serasa Experian.

“É um comportamento natural em períodos de crise, que pode resultar em um amadurecimento financeiro do cidadão brasileiro”, diz o professor de finanças do Insper, Ricardo Rocha.

Na atual crise, é necessário focar nos gastos essenciais, como alimentação, remédios, gastos de habitação, entre outros.“Mas um pouco de prazer é preciso. Então, se puderem, as famílias devem pedir uma comida, comprar um filme, um livro, jogos, equipamentos de ginástica ou coisas que causem bem-estar”, comenta Rocha.

O especialista indica que o cartão de crédito pode ser uma alternativa viável para isso. Outro uso sensato é para comprar um notebook ou algum outro objeto necessário para melhor a qualidade do home office, por exemplo.

Quando o parcelamento é bom?

O professor do Insper explica que o parcelamento é bom se o valor do bem é exatamente igual ao à vista, já que dilui gastos, mas apenas para quem não teve a renda muito afetada. Neste caso, é importante não esquecer os lançamentos futuros e criar uma espécie de fluxo de caixa para manter a conta em dia.

Para os que estão passando por dificuldades, o jeito é realmente fazer um corte extremo de gastos. “As pessoas que não possuem uma reserva financeira e dependem de sua renda mensal para sobreviver tem que estar menos dispostas a adquirir despesas futuras, pois não têm segurança para arcar com grandes compromissos financeiros”, afirma o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.