Manaus, 26/04/2024

Amazonas

Dnit descarta ideia de instalar ponte metálica em trecho da BR-319 que desabou, diz governador do AM

Foto mostra ponte sobre Rio Curuçá nesta terça-feira (11) — Foto: Ruthiene Bindá/Rede Amazônica
Foto mostra ponte sobre Rio Curuçá nesta terça-feira (11) — Foto: Ruthiene Bindá/Rede Amazônica
11/10/2022 14h50

O Departamento Nacional de Trânsito (Dnit) descartou a ideia de instalar uma ponte metálica no trecho do Rio Curuçá onde a antiga estrutura desabou há 13 dias. A informação é do governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), que se reuniu com o Ministro de Infraestrutura na segunda-feira (10).

A queda da estrutura no Rio Curuçá e o desabamento da Ponte Autaz Mirim, ambas na BR-319, em menos de duas semanas, têm causado desabastecimento em pelo menos três cidades do Amazonas e há risco de falta de energia em algumas localidades.

A BR-319 é a principal ligação terrestre do Amazonas com outros estados fora da Região Norte. É o caminho usado por caminhoneiros para transporte de alimentos, medicamentos e combustíveis.

Com os rios em período de vazante (seca), a situação se agrava, já que, em alguns trechos do Amazonas há restrição para navegação.

Sem prazo para construção das pontes

Na segunda-feira, o governador do Amazonas participou de reunião com o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, na sede do ministério, em Brasília. Após sair do encontro, Wilson Lima informou, em entrevista à Rede Amazônica, que a instalação da ponte sobre o Rio Curuçá está descartada pelo Dnit.

“Esse era o plano A, de acordo com o Dnit, mas não foi possível. Houve uma dificuldade muito grande em razão da logística. Por isso, eles optaram por colocar balsas”, disse o governador.

No dia 30 de setembro, dois dias depois da queda da primeira ponte, o governo estadual informou que uma estrutura metálica provisória seria construída no local em menos de duas semanas para o tráfego de veículos. O serviço ficaria a cargo do Exército Brasileiro (EB), sob a coordenação do Dnit.

Na quinta-feira (6), dois dias antes da segunda ponte desabar, o Dnit confirmou ao g1 que uma estrutura metálica seria montada sobre o Rio Curuçá. “O Dnit trabalha na conclusão dos acessos nas margens do rio Curuçá para receber a estrutura da ponte. Logo após, será iniciada a montagem da estrutura metálica em parceria com o Exército Brasileiro”, dizia a nota.

De acordo com o órgão federal, a ponte metálica seria provisória. “O Dnit trabalha na decretação de emergência e nas tratativas para reconstrução completa da ponte”, afirmou.

Passadas duas semanas, o trecho do Rio Curuçá segue bloqueado para o tráfego de veículos e pessoas. O problema na rodovia federal ser agravou com a queda da segunda ponte.

Agora, o Governo do Amazonas informou que os dois trechos vão passar por medidas paliativas. A ponte sobre o Rio Curuçá deve receber balsas para a travessia dos veículos. Já na Ponte Autaz Mirim, o Dnit pretende fazer um aterro por dentro do rio com seixo, brita e outras pedras, segundo o governador do Amazonas.

“As balas vão chegar pelo Careiro da Várzea. Serão embarcadas em veículos. De lá, elas serão transportadas até a ponte do Curuçá. Elas vão ser colocadas no rio para permitir a passagem dos veículos”, disse Wilson Lima, após a reunião com o ministro dos transportes.

De acordo com o Governo do Amazonas, essa conexão, com estruturas provisórias, deve acontecer no prazo de até 15 dias. “No Rio Curuçá, a ponte do Exército será montada já nos próximos dias. A estrutura está vindo de Rondônia”, informou o governo estadual, sem especificar as datas.

O Estado afirmou, ainda, o diretor-geral do Dnit, general Santos Filho, informou que o estudo para a reconstrução das pontes está em andamento. A estimativa é que as obras nas duas pontes custem R$ 50 milhões.

“A equipe já fez a batimetria e a sondagem, para que termine o projeto o mais rápido possível”, disse o Governo do Estado. Batimetria é a técnica utilizada para medir a profundidade do rio.

Novamente, o Amazonas continua sem prazo para a construção das novas pontes sobre os dois trechos da BR-319. Enquanto isso, cerca de 100 mil pessoas são afetadas nas regiões que dependem da conexão.

Em coletiva realizada na segunda-feira, o governador disse que há desabastecimento de alimento, remédio e combustíveis no estado. Também afirmou que há risco de as cidades ficarem sem energia elétrica.

O Governo do Amazonas decretou emergência em três cidades: Careiro da Várzea, Careiro – conhecido como Careiro Castanho – e Manaquiri.

COMENTÁRIOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.