Os protestos começaram de forma pacífica, em meio a uma forte mobilização policial, com manifestantes cantando o hino nacional e carregando cartazes com palavras de ordem como “o poder ao povo”, ou “Fora, Macron!”.
Testemunhas relataram à Reuters que a tropa de choque reagiu após ser alvo de pedras e tinta lançadas por manifestantes.
A avenida Champs Élysées, palco de distúrbios nas últimas semanas, foi bloqueada para a circulação de veículos. Pontes sobre o rio Sena foram fechadas preventivamente e edifícios oficiais como o parlamento e o palácio presidencial do Eliseu foram protegidos por barreiras policiais.
Por volta das 14h locais, pelo menos 32.000 manifestantes tinham ido às ruas em todo país, incluindo 8.000 em Paris, segundo números do Ministério do Interior. Nesse mesmo horário, foram 26.000 pessoas na semana passada.
Com medo de novos episódios de violência, o Ministério do Interior voltou a aumentar o dispositivo policial, com 80 mil agentes mobilizados em todo o país — 5 mil deles em Paris, onde 59 pessoas tinham sido detidas esta manhã.
O vice-ministro do Interior, Laurent Nunez, prometeu “tolerância zero” contra os desordeiros, em mensagem do Twitter. “Se houver confusão, aqui como em toda a França, daremos uma resposta extremamente firme”, afirmou Nunez, que está em Rouen (a cerca de 150 km de Paris).
Um manifestante usa colete amarelo em ato próximo ao Arco do Triunfo, em Paris, neste sábado (12) — Foto: REUTERS/Christian Hartmann
Apesar do incidente no tradicional cartão postal parisiense, não houve registro de grandes confrontos, ao contrário das semanas anteriores. Em Paris, mais de 50 pessoas foram presas, algumas por transportar objetos que poderiam ser usados como armas.
Vários manifestantes se concentraram em frente ao Ministério de Economia, em Bercy. Milhares também manifestaram pacificamente pela área comercial de Grands Boulevards, perto da região da padaria onde aconteceu uma explosão no início da manhã, deixando mortos e quase 50 feridos.
Policiais se concentram próximos ao Arco do Triunfo, em Paris — Foto: REUTERS/Christian Hartmann
Coletes amarelos se reúnem na cidade de Bourges, no centro da França, neste sábado (12) — Foto: Guillaume Souvant / AFP
Houve também milhares de manifestantes nas cidades de Estrasburgo (no leste), Bourges (no centro) e de Bordeaux e Toulon (no sul da França).
Em Estrasburgo, cerca de 2 mil manifestantes se reuniram em frente ao prédio do Parlamento Europeu e depois marcharam para o centro da cidade, na fronteira do rio Reno com a Alemanha. Os manifestantes atearam fogo nas lixeiras e a polícia disparou algumas granadas de gás lacrimogêneo, mas nenhuma violência ou saques foram relatados.
Coletes Amarelos enfrentam policiais durante protesto em Nantes, na França. — Foto: REUTERS/Stephane Mahe
Autoridades de Bourges disseram que cerca de 5mil coletes amarelos ficaram presos na área de manifestação designada, mas outros 500 caminharam para o centro da cidade que estava fora dos limites para os manifestantes.