09/08/2019 10h50
Durante uma operação realizada
pela Vigilância Sanitária municipal (Visa Manaus) no Distrito Industrial, um
empresa de gases medicinais, foi interditada pela segunda vez, nesta
quinta-feira, 08/08, por operar irregularmente e descumprir a sua interdição
imposta pela Prefeitura de Manaus. A ação foi solicitada pelo Ministério
Público do Amazonas (MP-AM) em parceria com a Delegacia do Consumidor (Decon)
da Polícia Civil.
Em fevereiro deste ano, a empresa
teve a sua primeira interdição, após ser constatada que as adequações
necessárias ao funcionamento dentro das normas sanitárias, recomendadas pelos
fiscais da Vigilância, não estava sendo cumpridas desde 2017. Durante a
fiscalização também foram encontrados cilindros com data de validade do teste
vencida há 16 anos, além de outras infrações sanitárias.
De acordo com a equipe de
fiscalização da Visa Manaus, é a segunda vez que a empresa descumpre a ordem de
suspender as atividades para correção das infrações sanitárias, voltando a
funcionar de modo irregular, sem autorização. “Mesmo sendo proibida de
funcionar por oferecer risco iminente à saúde pública, a empresa voltou a
operar e fornecer gases medicinais e industriais para o mercado, afrontando o
que determinou o órgão fiscalizador. As recomendações da Visa Manaus para
adequação sanitária continuam até agora negligenciadas”, disse a fiscal Ana Hilda.
Falta de garantia de qualidade no
processo de envasamento e armazenamento dos gases industriais e medicinais
fornecidos pela empresa para estabelecimentos comerciais e de saúde da capital,
estão entre as falhas identificadas no local. O que coloca em risco a saúde de
pacientes e também dos trabalhadores que manuseiam os cilindros.
Outras falhas como informações
como pressão, volume e data de realização do teste hidrostático, que confere a
segurança do produto por meio da identificação de resistência e vazamento,
estavam ausentes em parte dos cilindros armazenados no local. Os fiscais
encontraram também cilindros sem a identificação padrão, com visíveis pontos de
corrosão e com marcações originais danificadas e alguns não estavam
adequadamente limpos, nem pintados nas cores padronizadas para cada tipo de
gás.
De acordo com o fiscal da Visa,
Fábio Markendorf, a empresa também não apresentou os Procedimentos Operacionais
Padrão (POSs), que são obrigatórios, e não mostrou os documentos de vínculo do
responsável técnico, sendo que as atividades estavam sendo exercidas por
funcionário sem capacitação comprovada. “Sem controle de qualidade há riscos
graves à saúde, inclusive de explosão”, informou o fiscal.
Por não ter cumprido a ordem, a
reincidência do descumprimento da interdição prevê aplicação de multa em dobro.
O valor será calculado pela Vigilância, sendo mantido o prazo de três dias
úteis para apresentação de defesa. “A situação é grave, por este motivo estamos
atuando em parceria com o Ministério Público e a Polícia Civil”, salientou a
diretora da Visa Manaus, Maria do Carmo Leão.
Após a lavratura dos autos de
infração pela Vigilância municipal, o proprietário da empresa foi conduzido à
Delegacia do Consumidor, onde foi indiciado pelo crime contra relação de
consumo e contra decisão administrativa (art. 205 do CP e art. 7, IX da Lei
8137).
Reiterando o compromisso da
delegacia com o consumidor, o delegado titular dessa especializada, Eduardo
Paixão, orientou que empresas que atuam de forma irregular e irresponsável
sejam denunciadas, ainda que de forma anônima, pelos canais de denúncia da
Decon (99962-2731 e 3214-2264) ou pessoalmente, comparecendo à rua Lima Bacuri,
nº 504, Centro (anexo ao 24º DP).
A população também pode formalizar
as denúncias sobre quaisquer irregularidades sanitárias, por meio da Ouvidoria
da Visa Manaus ([email protected] e
98842-8481).