Manaus, 03/05/2024

Brasil

ESCLEROSE MÚLTIPLA EM MEIO À PANDEMIA REFORÇA O ISOLAMENTO SOCIAL

Divulgação/Assessoria
Divulgação/Assessoria
27/05/2020 12h59

Estima-se que cerca de 35 mil brasileiros convivem com a Esclerose Múltipla, de acordo com dados da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem). De acordo com a Abem, o tema do Dia Mundial da Esclerose Múltipla de 2020-2022 é: Conexões. A campanha centra-se no desenvolvimento de conexões na comunidade, conexão com o próprio e conexões a cuidados de qualidade. Em 27 de maio é celebrado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla para dar visibilidade à doença.

Segundo o neurologista do Hapvida Saúde, Marcos Vinicius Gomes Rodrigues, a Esclerose Múltipla (EM) é uma doença inflamatória crônica do sistema nervoso central mais comum, que acomete cerca de 2 milhões de pessoas no mundo. “Trata-se de uma enfermidade neurológica rara que pode atingir cérebro, medula espinhal, cerebelo e nervos oculares”, explica o médico.

O especialista esclarece que é uma doença autoimune que, por motivos ainda não esclarecidos, até três quartos dos pacientes que convivem com a doença são mulheres, sendo mais incidente entre os 20 a 40 anos de idade. “O sistema de defesa imunológico dos portadores da doença agride seu próprio corpo, particularmente a bainha de mielina, uma espécie de capa protetora dos prolongamentos dos neurônios chamados axônios, os quais conduzem os impulsos nervosos pelo corpo”, comenta o neurologista.

Existem alguns fatores de risco relacionados à doença, como ambientais por ser mais incidente nos locais de climas temperados com menos exposição à luz solar e níveis reduzidos crônicos de vitamina D. Outros fatores envolvidos são tabagismo, obesidade, infecção pelo vírus Epstein-Barr (causador da mononucleose infecciosa) e alterações genéticas.

Sintomas

O neurologista explica que existe um risco maior quando há casos em parentes de primeiro grau na família. “Nesse caso pode chegar a 4%, o que é pouco, porém maior que a maioria da população geral que é por volta de 0,1%. Em casos em gêmeos monozigóticos pode chegar a 50% de chance”, destaca Marcos.

Na maioria dos casos os sintomas ocorrem em surtos que correspondem a uma nova inflamação em algum local do sistema nervoso, que podem ter duração de dias e até semanas. “Os sintomas mais comuns são fadiga crônica, parestesias (formigamentos ou dormências), perda de visão ou visão dupla, perda de força, dificuldade em andar”, garante o especialista.

Em menor proporção, ou em pacientes que convivem com a doença por mais de 10 ou 20 anos, apresentam sintomas que evoluem progressivamente, como alteração do equilíbrio, perda de controle da bexiga e intestino, problemas de memória e depressão.

Tratamento

Os tratamentos disponíveis visam controlar ou amenizar a progressão da doença, além de aliviar limitações adquiridas. Até o momento não há cura.

Atualmente existem várias opções de medicamentos usados para tratar os surtos da doença, como corticosteroides ou imunoglobulinas; outros para prevenir a recorrências deles, chamados imunomoduladores e imunossupressores, além dos usados para alívio da fadiga ou espasmos, por exemplo.  Há casos restritos em que há indicação de transplante de células tronco do sangue. Também são indispensáveis fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico. O melhor tratamento dependerá do quadro clínico apresentado e é sempre decidido em conjunto médico-paciente-familiares.

Diagnóstico

De acordo com o médico, o diagnóstico muitas vezes não é fácil, frente os vários sintomas apresentados serem comuns a muitas outras morbidades. “O médico neurologista alinha o quadro clínico e histórico do paciente com resultados de exames como neuroimagem, análise do líquido cefalorraquidiano e pesquisas de biomarcadores, através de critérios médicos usados em todo o mundo”, afirma Marcos Vinicius.

Ele complementa que o diagnóstico e tratamento precoce são de suma importância para evitar incapacidades e trazer qualidade de vida ao paciente portador de Esclerose Múltipla. O neurologista recomenda um estilo de vida saudável que inclua atividade física regular, exposição ao sol, evitar o tabagismo e a obesidade, pois pode ajudar a evitar essa e várias outras doenças. Além de em casos suspeitos sempre procurar o acompanhamento com um médico neurologista.

Recomendações em tempo de pandemia
Atualmente, não há evidências de como o Covid-19 afeta pessoas com esclerose múltipla (EM). Contudo, a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), divulgou conselhos desenvolvidos por neurologistas especializados em Esclerose Múltipla e especialistas em pesquisa das organizações membros da Federação Internacional de esclerose Múltipla (MSIF).
Pessoas com doenças pulmonares e cardíacas subjacentes e pessoas com mais de 60 anos têm mais chances de sofrer complicações e ficar gravemente doentes com o vírus Covid-19. Este grupo incluirá muitas pessoas vivendo com Esclerose Múltipla, especialmente aquelas com complicações adicionais de saúde, problemas de mobilidade e aquelas que fazem alguns tratamentos.
Todas as pessoas com Esclerose Múltipla são aconselhadas a prestar atenção especial às diretrizes para reduzir o risco de infecção com Covid-19. As pessoas idosas com EM, especialmente aquelas que também têm doenças pulmonares ou cardíacas, devem tomar cuidado extra para minimizar sua exposição ao vírus. As recomendações da Organização Mundial da Saúde incluem:
• Lave as mãos com frequência com água e sabão ou com um sabonete à base de álcool;
• Evite tocar nos olhos, nariz e boca, a menos que suas mãos estejam limpas;
• Tente manter pelo menos 1 metro de distância entre você e os outros, principalmente aqueles que tossem e espirram;
• Ao tossir e espirrar, cubra a boca e o nariz com um cotovelo ou tecido flexionado;
• Pratique a segurança alimentar usando diferentes tábuas de cortar carne crua e alimentos cozidos e lave as mãos entre o manuseio.

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