27/08/2019 12h30
Para definir estratégia de reforço à fiscalização no sul do
Amazonas, o gabinete de crise instituído pelo governador Wilson Lima para
enfrentamento às queimadas se reuniu, na manhã desta segunda-feira, 26. A
região concentra cerca de 85% dos focos de calor registrados no Estado e, de
acordo com dados do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), grande
parte dos responsáveis pelos crimes vem de outros estados.
Dos 7.150 focos identificados entre 1º de janeiro a 20 de
agosto, 6.016 estavam distribuídos em sete municípios da região: Apuí, Lábrea,
Novo Aripuanã, Manicoré, Boca do Acre, Humaitá e Canutama.
Das ocorrências, 43% foram identificadas em áreas federais e
perto de 1% em unidades de conservação estaduais gerenciadas pela Secretaria de
Estado de Meio Ambiente (Sema). Os focos de calor até então identificados
representam 0,16% de toda a extensão territorial do Amazonas.
Para atuar de forma coordenada com outros órgãos do
Amazonas, o Governo do Estado instituiu um gabinete de crise para trabalhar no
combate às queimadas e desmatamento ilegal na região. Segundo o secretário
estadual de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, a atuação da força-tarefa estadual
está concentrada em áreas críticas, sobretudo as que foram identificadas graças
às tecnologias que foram implementadas pelo Ipaam na última semana.
“Oitenta e quatro porcento dos incêndios estão localizados
no sul do estado do Amazonas, e é por isso que essa região tem sido o foco
principal da atuação que o estado tem feito. O uso das tecnologias utilizadas
pela Sema e Ipaam funciona como uma ferramenta para dar mais efetividade ao
trabalho das forças de combate efetivo aos incêndios florestais, economizando
tempo e indo direto ao foco das queimadas”, ressaltou o secretário.
As informações são obtidas graças ao trabalho de
inteligência da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Ipaam, Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Amazonas (CBMAM), Batalhão Ambiental da Polícia
Militar do Amazonas (PMAM), Polícia Civil do Amazonas (PCAM), Secretaria de
Segurança Pública (SSP-AM), Polícia Federal (PF), Exército Brasileiro e Defesa
Civil do Amazonas.
O diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente, reforçou que
o órgão vem atuando na identificação dos ilícitos ambientais para punir os
responsáveis pelos desmatamentos e queimadas não autorizadas no Amazonas.
“Nós já identificamos em torno de 99 mil hectares de área
desmatada. O nosso trabalho, agora, está sendo de identificação em cima dessa
área, com os dados de propriedade e de proprietários, por meio dos sistemas. Os
dados obtidos estão em fase de processamento e trabalharemos para que esses
autos de infração cheguem até o responsável pelos crimes ambientais”, afirmou o
presidente do Ipaam.
Desde janeiro, o Governo do Amazonas tem planejado e
executado ações de conscientização sobre os riscos de queimadas. Por meio das
articulações interinstitucionais, a Sema vem apoiando formações de brigadistas
no interior do Estado, em especial nas regiões onde há registros mais
expressivos de focos de calor.