28/02/2020 14h15
Palco de grandes conflitos e cenário de homicídios truculentos, a invasão Monte Horebe, localizada na zona Norte de Manaus, vai passar por uma desocupação. A ação vai contar com a participação de vários órgãos estaduais e será realizada na manhã da próxima segunda-feira (2).
A reintegração foi confirmada após uma reunião realizada nesta sexta-feira (28), no Gabinete de Gestão Integrada (GGI) da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), quando se ajustou os detalhes para o início da ação no Monte Horebe, uma das maiores ocupações irregulares da cidade.
O Governo destaca que as famílias que precisam de moradia serão identificadas e receberão atenção da assistência social do Estado, com acompanhamento da Defensoria Pública do Estado (DPE-AM). Segundo o Estado, esse será o grande diferencial da operação.
A partir deste sábado (29/02), o Estado já disponibilizará caminhões para o transporte de móveis das famílias. Levantamento do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) revela que a maioria dos barracos está desocupada, marcando apenas os lotes.
“Essa é uma ação de Estado. Nosso foco, a preocupação do governador Wilson Lima, é com as pessoas, com quem de fato precisa de moradia e que também sofre com a atuação do tráfico de drogas. Vamos dar toda a assistência social a essas pessoas e vamos livrá-las das mãos da criminalidade”, destaca o vice-governador e secretário-chefe da Casa Civil, Carlos Almeida, que acompanha a evolução do Monte Horebe há anos, como defensor público. “O Monte Horebe surgiu da reintegração da Cidade das Luzes, que não teve o cuidado com as famílias que não tinham para onde ir e gerou outras invasões”, acrescenta.
Erros do passado – Carlos Almeida lembra que a retirada das famílias da então Cidade das Luzes, em 2015, sem o cuidado com a destinação das famílias, resultou em novas ocupações, como o Monte Horebe. Segundo ele, uma cuidadosa triagem, para identificar as famílias em situação de extrema vulnerabilidade social, servirá para evitar que esse tipo de situação se repita, agravando a ocupação desordenada da cidade.
Em consenso no GGI, as ações sociais, de identificação e cadastro das famílias e de ordem pública caminharão em sincronia, para que toda a área seja desocupada em poucos dias. Esse trabalho será feito por profissionais da Sejusc e Seas, com acompanhamento direto da Defensoria Pública. A etapa seguinte será a ocupação da área pelas forças policiais, de forma permanente.
Reunião – Com o comando de Carlos Almeida, e do coordenador do GGI, Caio Nunes, participaram da reunião representantes das secretarias de Governo, como de Assistência Social (Seas), de Justiça (Sejusc), Segurança Pública (SSP), Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Instituto de Proteção Ambiental (Ipaam), além da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AM), Ministério Público (MPE) e DPE.
Da Redação