Manaus, 02/05/2024

Economia

Inflação deve ficar acima da meta do BC pelo 2º ano consecutivo, preveem analistas

Inflação deve ficar acima da meta do BC pelo 2º ano consecutivo, preveem analistas
06/12/2021 11h31

BRASÍLIA – A maioria das projeções de economistas do mercado financeiro para o IPCA, o índice oficial de inflação, de 2022 já se encontra acima do teto da meta a ser perseguida pelo Banco Central, de 5%, o que sinaliza alto risco de descumprimento do objetivo pelo segundo ano consecutivo. A previsão colhida pelo Banco Central para o boletim Focus subiu de 5,00% para 5,02%, o 20.º aumento consecutivo. Há um mês, a previsão era de 4,63%.

Para 2021, a estimativa também seguiu sua escalada, passando de 10,15% para 10,19% – a 35.ª alta seguida – e já supera em quase 5 pontos porcentuais o teto da meta deste ano (5,25%). A estimativa era de 9,33% há quatro semanas.

Se confirmada a estimativa, essa será a primeira vez que a inflação atinge esse patamar desde 2015 – quando o IPCA somou 10,67% – no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a Selic, a taxa básica de juros da economia.

O relatório também vem mostrando sinais de desancoragem em horizontes mais longos. A expectativa para o IPCA em 2023 subiu de 3,42% para 3,50%, enquanto para 2024 a mediana continuou em 3,10%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,27% e 3,10%, respectivamente. A meta para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Para 2024 o objetivo é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (de 1,5% para 4,5%).

No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 9,5% em 2021, 4,1% em 2022 e 3,1% em 2023.

PIB

O relatório mostrou nova deterioração no cenário de crescimento econômico do Brasil. A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 foi de 4,78% para 4,71%. Há quatro semanas, estava em 4,93%. Para 2022, a projeção segue em franca piora. Nesta divulgação, a estimativa de expansão do PIB recuou de 0,58% para 0,51%. Há um mês, estava em 1%.

Para 2023, a projeção de crescimento também cedeu, de 2% para 1,95%. Já para 2024, a estimativa subiu de 2,00% para 2,10%.

Taxa básica de juros

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica da economia no fim de 2021 em 9,25% e de 11,25% para o fim de 2022.

De acordo com pesquisa do Projeções Broadcast, o mercado está em linha com o “plano de voo” do Banco Central para a reunião desta semana do Copom. De 51 instituições ouvidas, todas preveem mais um aumento de 1,50 ponto porcentual na Selic, para 9,25%. Para o fim do ciclo de aperto monetário, 27 de 46 instituições preveem juros em 11,75% ou mais. Outras 19 esperam Selic terminal entre 10% e 11,50%.

Em outubro, o BC elevou a taxa Selic para 7,75% ao ano. Foi a sexta elevação seguida. Em março, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa subiu para 2,75% ao ano. Em maio, o Copom elevou o juro para 3,5% ao ano e, em junho, a taxa avançou ara 4,25% ao ano. Em agosto, a taxa subiu para 5,25% ao ano e, em setembro, para 6,25% ao ano.

No Boletim Focus, a estimativa para a taxa Selic no fim de 2023 passou de 7,75% para 8,00%, ante 7,50% há quatro semanas. Para 2024, ficou em 7%.

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