Manaus, 04/05/2024

Amazonas

‘Intenção era lesionar e não matar’, diz defesa de casal que agrediu babá e atirou em advogado no AM

 Foto: Reprodução/Redes sociais
Foto: Reprodução/Redes sociais
22/04/2024 09h30

Um mês após o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) pedir que Jussana Machado e Raimundo Nonato Monteiro sejam julgados por um júri popular, após o casal agredir uma babá e atirar contra um advogado, em Manaus, a defesa dos dois disse à justiça que a intenção da dupla era lesionar e não matar as vítimas.

O caso aconteceu em agosto do ano passado, em um condomínio da Zona Oeste da capital. Na época, a babá foi agredida após passar ao lado dos suspeitos na saída de um elevador do condomínio. O advogado e patrão da mulher correu para apartar o desentendimento, mas também acabou sendo agredido pelo investigador, que entregou uma arma para a mulher. Logo em seguida, ela atirou na panturrilha do defensor.

Em alegações finais protocolada na sexta-feira (19) perante o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), o advogado dos dois, Arthur Pontes, disse que não faltou chances para que os acusados matassem as vítimas, “o que eles somente não fizeram porque não queriam”.

“Se a intenção era homicida, a acusada não teria acertado uma coronada [na babá], teria atirado, mas não o fez, porque a intenção era de lesionar. A própria vítima reconheceu a ausência de intenção ao responder as perguntas do Juízo”.

“Noutro passo, durante toda a confusão, o Acusado Nonato esteve armado. Quando a vítima [o advogado] aparece, ele poderia muito bem dar quantos tiros quisesse, mas o que ele faz? Entrega a arma para a esposa e se engaja numa luta corporal, justamente porque o ânimo é de lesionar”, continuou.

O advogado dos réus também cita o momento em que o casal e as vítimas foram levadas para a guarita do condomínio, à espera da polícia. Na ocasião, Raimundo deu um soco no rosto do advogado o que, para a defesa, reforça a tese de que a intenção não era matar o homem.

“Se o Acusado queria matar a vítima, por que ele desferiu um soco e não deu um tiro, já que não havia ninguém entre ele e a ela? A própria vítima [o advogado] reconheceu que, dentro da guarita, os Acusados sequer apontaram arma ao responder as perguntas do advogado de Defesa”, explicou.

A defesa dos réus ainda cita um exame de corpo de delito que diz que as vítimas não correram risco de vida. “Os laudos de exame de corpo de delito foram categóricos ao afirmarem que nenhuma das vítimas sofreu perigo de vida, não ficaram sequer incapacitados para exercer suas funções habituais”, finalizou o advogado.

Após a apresentação das alegações finais dos réus, a justiça vai decidir se o casal vai à júri popular ou não.

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