Manaus, 01/05/2024

Brasil

MANCHAS DE ÓLEO COMPLETA DOIS MESES E PODEM CHEGAR AO SUDESTE DO BRASIL, AFIRMAM PESQUISADORES

Foto: Marinha do Brasil
Foto: Marinha do Brasil
30/10/2019 17h02

Hoje, 30, fazem exatos trinta dias que as manchas de óleo começaram a surgir no litoral do Nordeste do brasileiro. Segundo autoridades  brasileiras, o petróleo tem origem venezuelana e há possibilidades de continua se alastrando, podendo chegar ao Sudeste do país.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) afirmaram que encontraram uma mancha de óleo, identificada pela imagem de radar de um satélite, a 200 km² próxima ao sul da Bahia. A descoberta foi confirmada pela ONG Greenpeace. Porém, as autoridades negam que a mancha seja óleo.

A Marinha do Brasil informou que consultou especialistas da International Tanks Oil Pollution Fund (ITOF), além de ter feito monitoramento aéreo, via satélite e marítimo, para confirmar que a mancha não é de óleo. Sem saber precisar qual seria o material, os militares afirmaram que nuvens podem ter levado a um diagnóstico incorreto, tese que os pesquisadores da UFRJ rejeitam.

“O radar é muito sensível a ver rugosidade e lisura. O óleo é muito liso em comparação com a água do mar, que tem ondulações. Onde tem óleo, a água fica muito lisa. Esta é uma técnica consagrada para verificar se existe mancha de óleo. […] A imagem pode ser confundida com biofilme, uma biomancha, derivada da degradação de alga, que é oleosa. O satélite analisa uma característica física. Qualquer material oleoso seria a mesma assinatura. A questão é que nunca se viu um biofilme de 200 km²”, explicou o professor José Carlos Seoane, especialista em sensoriamento do departamento de geologia da UFRJ.

Já o Ibama, através de uma nota técnica do Centro Nacional de Informações e Monitoramento Ambiental (Cenima), também rejeitou que a mancha encontrada seja óleo. Segundo o órgão, os analistas ambientais consideraram a aparição da imagem no radar um “falso-positivo”. Isso porque a mancha não apresentaria padrões apropriados ao óleo, além da região não ser o caminho natural a ser percorrido pelas correntes marítimas.

Até o momento, segundo dados atualizados pelo Ibama, 282 locais em 97 cidades e nove estados do Nordeste foram afetados. O último estado a ser afetado foi a Bahia, que agora vê o arquipélago de Abrolhos ser ameaçado pela expansão das manchas de óleo. Na última segunda-feira, 29, pequenas quantidades de óleo já foram registradas nas cidades de Canavieiras, Belmonte e Santa Cruz Cabrália, que ficam dentro da região, segundo informou a Folha de São Paulo.

“Agora, tem que ir lá verificar [se realmente é óleo]. Todo esse trabalho é feito para que vá lá e verifique antes que se chegue à costa ou arquipélago de Abrolhos. […] Uma vez lá, é possível determinar que tipo de óleo e sua origem”, afirmou Seoane.

Os animais também continuam a ser afetados pelas manchas de óleo. Algumas ações preventivas, como recolhimento de alguns animais em diferentes estados, foram implementadas. Mesmo assim, as operações não impediram que 107 animais fossem atingidos pelo material, com 81 óbitos e apenas 26 animais salvos. A maioria dos animais afetados foram tartarugas marinhas.

De acordo com o site Mancha no Litoral, mantido pelo governo brasileiro para atualizar informações sobre a situação no Nordeste do Brasil, já foram coletadas 1.027 toneladas de resíduos, em 2,5 mil quilômetros de litoral, ao longo dos últimos dois meses. Pelo menos 48 organizações militares, dez navios, sete aviões e seis helicópteros participam das operações. Ao todo, 3.919 empregados e servidores, além de voluntários, estão envolvidos nas ações.

*Com informações do portal Opinião e Notícia

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