Hoje, o aborto não é considerado crime em três hipóteses: se a gravidez for ocasionada por estupro; se o feto for anencéfalo; se houver risco à vida da mãe.
Marina disse que, para aumentar as possibilidades de legalização, deveria ser feito uma consulta à população por meio de um plebiscito.
“Se o Congresso decidir [legalizar o aborto], eu vetaria”, disse a candidata, após ser questionada pela entrevistadora se vetaria uma eventual legalização do aborto aprovada por parlamentares.
“Se for para ampliar para além disso [as hipóteses de aborto legal], que seja por um plebiscito. Que 513 deputados e 81 senadores não substituam 200 milhões de brasilieros”, disse Marina.
Marina foi questionada também se abriria mão da candidatura para fortalecer um eventual aliado de centro.
Pesquisa Ibope divulgada na terça-feira (18) mostrou Marina com 6% das intenções de voto. Jair Bolsonaro (PSL) tem 28%; Fernando Haddad (PT) tem 19%; Ciro Gomes (PDT) tem 11%; Geraldo Alckmin (PSDB) tem 7%.
Nos últimos dias, analistas políticos começaram a discutir se eleitores adotariam o chamado “voto útil” já no primeiro turno. Ao optar pelo “voto útil”, o eleitor vota visando derrotar um candidato que rejeita, mesmo que isso signifique não votar em seu candidato preferido.
Marina disse que, numa eleição de dois turnos, o primeiro turno é feito para que cada eleitor escolha o candidato “do coração”. Ela criticou o que chamou de tentativa de transformar o primeiro turno em um plebiscito.
“No Brasil, querem fazer uma eleição plebiscitária. As pessoas olham para as pequisas e dizem para os eleitores: ‘Agora vocês são apenas um detalhe. Fiquem em casa e nós vamos decidir aqui em quem vocês vão votar no dia 7’. Eu não concordo com isso”, disse a candidata.
Sem citar nomes de candidatos, Marina também criticou duas alternativas que, segundo ela, foram colocadas diante dos eleitores: o “saudosismo autoritário” e a “conivência com a corrupção”.
“As candidaturas têm que continuar fazendo seus diálogos, apresentando seus projetos, esclarecendo para as pessoas que nós não temos que ficar entre o saudosismo autoritário e a ideia de conivência com a corrupção”, disse Marina.
“Que país queremos para nosso filhos? Um país que banaliza a corrupção? Um país que banaliza a violência?”, completou.