Manaus, 06/05/2024

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PAÍSES RICOS CORREM PARA RESERVAR VACINAS DA COVID-19. MAS E OS POBRES?

Reprodução/Internet
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18/06/2020 12h20

A corrida para encontrar uma vacina contra o novo coronavírus está bastante acirrada. Cerca de 136 estão em desenvolvimento atualmente, algumas mais avançadas do que as outras. A Coronavac, feita pela chinesa Sinovac, está entre as fases um e dois de produção. Segundo a agência Bloomberg, mais de 90% das pessoas que receberam doses da vacina produzida pelo laboratório produziram anticorpos contra a covid-19 num intervalo de 14 dias. Outra que está tendo bons resultados é a da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que está na fase 3 de testes.

E os países mais ricos estão investindo pesado para encontrar uma cura para a covid-19. Em maio, o Reino Unido investiu 79 milhões de dólares no programa de Oxford em troca de recer 30 milhões de doses. Já os Estados Unidos asseguraram 300 milhões de doses da mesma vacina ao assinar um acordo de até 1,2 bilhões de dólares com a farmacêutica britânica AstraZeneca.

A Alemanha, a Itália, a França e os Países Baixos também não ficaram para trás e assinaram um acordo com a mesma farmacêutica para receber 400 milhões de doses até o final de 2020. E em 17 de junho, a União Europeia criou uma Estratégia de Vacina Europeia para garantir o acesso à proteção para todos os integrantes do bloco econômico e 2,3 bilhões de dólares podem ter sido investidos nisso.

Mas e os países mais pobres, como ficarão?

Para o doutor Jorge Elias Kalil, que está tentando desenvolver uma vacina aqui no Brasil, se uma proteção for descoberta antes em países mais desenvolvidos, a tendência é que isso demore a chegar por aqui. “Digamos que eu seja a rainha da Inglaterra e a vacina for descoberta em Oxford. Quem é que eu vou imunizar? Primeiro a Inglaterra, depois o Reino Unido, depois eu vou ver meus parceiros, como os EUA, o Canadá, e depois vamos ver quem vai pagar mais, talvez a China. Por que seria o Brasil?”, pontua ele.

O Brasil, segundo país com o maior número de infectados pela covid-19 no mundo, com 955.377 casos confirmados, segundo o monitoramento em tempo real da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, foi o escolhido para as testagens da chinesa Coronavac, do laboratório Sinovac Biotech, em parceria com o Instituto Butantan.

Para o doutor em microbiologia e divulgador científico Atila Iamarino, essa escolha se deu pelo alto número de contágio no país. “O Brasil é palco de testes e vacinas porque aqui os fabricantes têm chance de em pouco tempo ver se as pessoas que se expuseram ao vírus estão protegidas ou não porque a epidemia segue crescendo. Com a Europa toda declinando em casos, com a Ásia em partes também diminuindo os números de infecções, sobra o Brasil”, disse ele em uma transmissão ao vivo em seu canal do YouTube.

Outro fator que leva as empresas a testar por aqui é o baixo custo para fazê-los. “Vale pensar que são vacinas que já chegam aqui tendo passado pela fase de testes de segurança, não é como se estivessem fazendo os brasileiros de cobaia só”, garantiu.

Com informações do EXAME

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