Witzel e sua mulher, Helena, são alvos de mandados de busca e apreensão autorizados pelo STJ, órgão que autoriza ações contra governadores. Até o momento, o governo não se manifestou sobre a operação.
A investigação tem relação com possíveis fraudes nos hospitais de campanha do estado, construídos para combater o avanço da pandemia do novo coronavírus. Foi identificado um esquema de corrupção que envolveria uma organização contratada para a instalação desses hospitais. Servidores do alto escalão da Saúde do Rio de Janeiro estariam envolvidos.
“Elementos de prova, obtidos durante investigações iniciadas no Rio de Janeiro pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal naquele estado foram compartilhados com a Procuradoria-Geral da República no bojo de investigação em curso no Superior Tribunal de Justiça e apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro”, afirma a própria PF, em nota.
A ação é chefiada por uma equipe da PF que veio de Brasília e chegou ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro antes das 6h da manhã. Há agentes também atuando em um endereço na Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, na Zona Sul do Rio, e na Rua Professor Valadares, no Grajaú, na Zona Norte, bairro onde morava o governador antes de assumir o mandato.
Órgão que recebeu mais de R$ 800 mi é alvo
Um dos alvos da “Operação Placebo” é o Iabas (Instituo de Atenção Básica e Avançada à Saúde), que é um organização social contratada apelo governo fluminense para realizar a construção de sete hospitais de campanha no estado. Agentes cumprem mandados em São Paulo, onde fica a sede do Iabas.
De acordo com o G1, do R$ 1 bilhão que o governo Witzel destinou para o combate à pandemia, R$ 836 milhões foram para o Iabas.
Vale lembrar que as obras dos hospitais de campanha no Rio de Janeiro estão, em sua maioria, atrasadas. Somente a unidade do Maracanã foi entregue.
Em entrevista à Tv Globo, Fernando Ferry, secretário estadual da Saúde, afirmou que alguns desses hospitais podem não ser entregues. A gestão Witzel já pagou um terço do valor estipulado para o Iabas. A declaração foi dada na última quinta-feira (21).
“A gente está vendo que, gradativamente, está diminuindo o número de casos. Isso faz parte da epidemia. Se a gente perceber que isso vai continuar, a gente vai deixar de construir as unidades, e o valor será devolvido para o Erário”, afirmou Ferry.