Manaus, 02/05/2024

Política

PLÍNIO DIZ SEU POSICIONAMENTO EM RELAÇÃO A NÃO INTERNACIONALIZAÇÃO E ATUAÇÃO DE ONGS DO BEM NA REGIÃO COINCIDEM COM O PENSAMENTO DO PAPA FRANCISCO NA CONCLUSÃO DO SÍNODO DA AMAZÔ

Plínio Valério Foto: Divulgação
Plínio Valério Foto: Divulgação
14/02/2020 14h40

Ao comentar as conclusões do Sínodo da Amazônia, em discurso no plenário, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), disse que ao contrário de informações anteriores vazadas, as declarações do Papa Francisco sobre a Amazônia batem com o que ele pensa em relação a solução dos problemas da região. Seu posicionamento, disse Plínio, coincide com o Papa que critica a internacionalização da Amazônia, mas defende as ONGs na região. O senador lembrou que pediu a criação uma CPI para investigar a ação das ONGs na Amazônia, mas também acha que deve haver ONGs na Amazônia sim, ONGs do bem, que queiram o bem dos amazônidas, não os seus bens.

“A solução para o desastre ecológico enfrentado pela Amazônia, diz o Papa , não está na internacionalização da região, mas a presença das ONGs é extremamente necessária”. É o que eu digo, também concordo. O Papa cita indígenas, ribeirinhos e afrodescendentes e os negros ao defender políticas orientadas aos povos mais pobres da região . E diz que interesses colonizadores, no passado e no presente, empurram essas populações para as periferias das cidades. Passo a repetir o que já disse aqui: Manaus tem aproximadamente de 40 a 50 mil indígenas vivendo na sua periferia em condições subumanas. Há alguma coisa errada na política que se pratica no Brasil”, citou Plínio.

Plínio disse que, como pregou o Papa Francisco, tem repetido sempre que sobe a tribuna, a necessidade de afastar da Amazônia “ o cálice do complexo do colonizado”. Também vem reclamando do fato de que criticar, impor regras contra a exploração das riquezas naturais da Amazônia, quando não se vive a realidade da pobreza dos povos indígenas, ribeirinhos e das periferias , é muito fácil.

Como exemplo deu a composição da fabricação de um aparelho de celular que tem ouro, prata e outros minérios que os ricos tem acesso, mas na Amazônia, abundantes, não podem ser explorados para levar progresso as cidades e sua população pobre.

“Você pega o seu laptop, o seu iPhone, você pega seu avião, seu carro e diz que a gente não pode explorar os nossos minérios, diz que nós não temos direito a explorar porque vai prejudicar o mundo. O iPhone contém 0,034g de ouro, 0,34g de prata, contém paládio, contém alumínio, contém cobre, contém plástico, vidro e os minérios chamados terras-raras na bateria. De onde vem isso? Por que se pode ter para se dar luxo à população, para usufruir; mas nós amazônidas, nós brasileiros não podemos usufruir dessa riqueza?”, cobrou Plínio, que apoia o projeto encaminhado ao Congresso para regulamentar a exploração de minérios em terras indígenas.

Segundo dados apresentados por Plínio, foram vendidos no mundo 341,5 milhões de Iphones no segundo semestre de 2019.” De onde vem todo esse minério? Por que que eles podem ter esse minério, usufruir desse minério, usar esse minério, valorizar esse minério, agregar valor aos seus produtos e insistem em dizer que nós temos que ficar de mãos atadas e nada fazer?

Plínio diz que é preciso deixar claro que o povo da Amazônia tem o direito de usufruir da sua riqueza, E não está combatendo não os que querem preservar, mas os que querem conservar. As ONGs, quando compram terras para conservar, estão prejudicando a população que ali residia.

“Quando eu compro para preservar, é outra história. Eu preservo usufruindo com racionalidade, eu preservo convivendo com a natureza, com o meio ambiente. Eu não conservo comprando uma área e deixando intacta, esquecendo o caboclo que ali mora, o índio que ali mora, que não vai poder fazer mais nada, vai ter que abandonar, porque não vai ter como sobreviver comendo. E eu estou falando é de comida , o básico, básico!”, explicou o senador.

 

*Com informações da Assessoria de Comunicação

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