BRASÍLIA. Com exceção de líderes ou senadores que permaneceram em Brasília, a maioria dos 81 senadores isolados em seus estados está perdendo a capacidade de legislar com o processo de votação a distância. Irritado com o processo de escolha dos projetos que estão sendo priorizados para votação nas sessões remotas do Senado Federal, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), questionou hoje o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), quais critérios estão sendo utilizados para a definição da pauta, já que o combinado , nesse período crítico da pandemia, era agilizar matérias de socorro a população, destinação de recursos para a Saúde e busca de fontes de financiamento para para estados e municípios enfrentarem o Covid-19.

Plínio reclamou que projetos de sua autoria relacionados a busca de soluções para a falta de recursos com a taxação das grandes fortunas , transparência na execução de contratos sem licitação, suspensão de cobrança das parcelas do crédito consignado de aposentados, e aumento das penas de peculato em casos de crime de peculato com recursos para a saúde, estão sendo ignorados para dar lugar a outras matérias que não tem relação com a pandemia.

A pauta das matérias a serem votadas é feita pelos líderes dos partidos, e os demais senadores , isolados em seus estados, perderam o poder de articulação no Senado para defender seus projetos.

“Amigo, não consigo entender, aliás, não quero entender, como se pauta empréstimos para Estados que não tem nada a ver com essa Pandemia, e não se pauta um projeto que visa aumentar a pena de quem desvia dinheiro da saúde. O projeto que taxa as grandes fortunas está pronto pra ser votado e também caiu no esquecimento. E olha que 333 mil pessoas aprovaram meu projeto de criação do imposto sobre grandes fortunas na consulta feita pelo E-Senado”, protestou Plínio na mensagem enviada a Davi Alcolumbre.

Apesar da dificuldade de ver seus projetos pautados, mesmo já tendo cumprido as etapas nas comissões, como no caso da taxação das grandes fortunas, Plínio disse que vai continuar fazendo seu trabalho e tentando apresentar soluções que não acarretam sobrecarga nas contas públicas nesse momento de grande crise fiscal, de empregos e renda.
_ Estão sendo pautados projetos que não tem nada a ver com a Pandemia, fugindo do que era o combinado, e não pautam projetos que tem tudo a ver como a taxação das grandes fortunas, que tem amplo apelo da população e ele prometeu botar para votar, o da transparência nos gastos dos bilhões jogados para estados e municípios, e o aumento da pena para os que espertamente estão usando a brecha da dispensa de licitação para roubar o dinheiro que era para salvar vidas. Seja como for, independente de pautarem ou não, seguirei fazendo o meu trabalho _ lamentou Plínio Valério.