Manaus, 04/05/2024

Brasil

Portugal investiga infiltração de facções em consulado no Rio

Portugal investiga infiltração de facções em consulado no Rio
27/11/2023 11h15

As autoridades policiais de Portugal estão investigando um possível esquema de corrupção na certificação de documentos para obtenção de vistos e da nacionalidade portuguesa através do consulado no Rio de Janeiro, o que teria permitido a entrada na Europa de membros de duas das maiores facções criminosas do Brasil.

De acordo com relatos de fontes da Polícia Judiciária (PJ) portuguesa à agência EFE, os investigadores suspeitam que os dois grupos criminosos beneficiados seriam o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, que “teriam aproveitado esta falha no consulado para entrar na Europa”.

Em um comunicado, a PJ destacou que está investigando “esquemas ilegais” de certificação de documentos para obtenção de vistos e da nacionalidade portuguesa, usurpação de funções, atribuição ilícita de lugares vagos para realização de atos consulares e “execução de atos consulares para os quais não há autorização legal”, entre outras atividades.

Também estão sendo investigados possíveis crimes de corrupção ativa e passiva, desvio de fundos públicos, acesso ilegal, abuso de poder e falsificação de documentos, entre outros.

Entre Portugal e Brasil, foram cumpridos 11 mandados de busca domiciliar e não domiciliar e de apreensão e investigação informática, além de mais de 100 procedimentos de coleta de provas pessoais, que incluíram consultas e interrogatórios.

Em colaboração com a Polícia Federal do Brasil, mais de 20 agentes portugueses participaram de buscas no Rio de Janeiro e na cidade de Saquarema, na Região dos Lagos. Além disso, uma dezena de agentes cumpriu dois mandados de busca e detenção em Lisboa, bem como quatro mandados de investigação de dados informáticos.

A operação contou ainda com a colaboração do Ministério das Relações Exteriores português e do Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro. A polícia portuguesa ressaltou ainda que a investigação deve continuar em curso.

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