13/09/2019 10h45
Nesta
quinta-feira, 12, professores, estudantes e pais de alunos, representantes da
Associação de Pais, Mestres e Comunitários (APMC) dos colégios da Polícia
Militar, estiveram na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), para denunciar
casos envolvendo agressões físicas, assédio moral e sexual e outras condutas
irregulares cometidas por gestores de colégios militares da Polícia Militar do
Amazonas (CMPM).
Durante
as denúncias, foram relatados casos de agressão física cometidos por gestores
contra professores. Também relataram casos de assédio moral e sexual contra
estudantes e pais de estudantes, que seriam assediados em troca de vagas no
colégio ou melhores notas nas avaliações escolares.
O
deputado estadual Fausto Jr (PV), que abriu espaço na Assembleia para a APMC
denunciar o problema, reconhece o importante papel desempenhado pelos colégios
da Polícia Militar na melhoria da educação pública no Amazonas. Porém, segundo
o deputado, as supostas irregularidades cometidas nos colégios “não podem ser
varridas para debaixo do tapete.”
“São
graves denúncias feitas por professores e estudantes contra policiais militares
que cuidam da gestão dos colégios. São casos que precisam de investigação. A
verdade deve prevalecer”, acrescentou Fausto.
Presente
na Aleam, o advogado das APMCs, Ricardo Gomes, disse que cinco dos nove
colégios da Polícia Militar possuem denúncias contra gestores. “Temos o caso de
um professor que levou um tapa na cara, em pleno pátio do colégio”, revelou o
advogado. “A agressão foi feita pelo diretor da escola, que estava armado e
levou o professor a uma sala fechada onde ocorreram mais intimidações”,
denunciou Ricardo Gomes.
Outra
denúncia foi feita por mães de estudantes, que seriam assediadas sexualmente
por diretores de colégio em troca de melhores notas para os filhos ou vagas
para o próximo ano letivo.
“As
denúncias estão surgindo em vários colégios da Polícia Militar. É sinal que
alguma coisa errada está acontecendo e precisa ser investigada pela Seduc e
pelo comando da Polícia Militar”, alerta Ricardo Gomes.
Na
tentativa de ouvir todos os envolvidos no caso, a comissão de Educação da
Assembleia Legislativa marcou para a próxima quarta-feira (18) uma reunião com
representantes dos colégios militares, da Seduc, do comando da Polícia Militar
e das APMCs.
O
objetivo é ouvir todos e buscar uma solução para o problema, além de
identificar os gestores que estariam cometendo irregulares na administração dos
colégios. “Queremos ouvir todos os lados e apontar a verdade do que está
acontecendo nos colégios”, completou Fausto Jr.