Manaus, 28/04/2024

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Profissionais da saúde que não foram imunizados denunciam falta de vacinas

Foto: Divulgação
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20/04/2021 14h51

Os profissionais da saúde fazem parte do primeiro grupo considerado prioritário para receber a vacina contra a Covid-19, por estarem na linha de frente no atendimento aos pacientes. Em Manaus, entretanto, muitos ainda não receberam a primeira dose e nem há data definida para que isso aconteça. É o caso do farmacêutico bioquímico Sandro Morete, que atua no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e na Maternidade Alvorada. Ele estava com Covid na época prevista para ser vacinado e depois não conseguiu mais ter acesso à imunização.

Morete já fez o cadastro, mas recebeu da Prefeitura de Manaus a informação de que não há mais doses previstas para os profissionais da saúde e que terá que aguardar. Voltou a trabalhar, correndo o risco de reinfecção, assim como outros colegas, como os técnicos em patologia clínica Jorge Sardinha e Marlyse Sofia da Silva.

A diferença entre os números apresentados pela Prefeitura – que diz já ter vacinado com a primeira dose 100,8% dos profissionais da saúde – e a realidade tem explicação: em audiência na Câmara, no dia 15 deste mês, a coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Francieli Fontana, admitiu que o número total dos trabalhadores da saúde, estimado pelo governo federal, está “defasado” e que será feito um novo cálculo.

Enquanto a questão não se resolve, os profissionais continuam se expondo à doença. O farmacêutico Sandro Morete conta que passou por dias difíceis internado com Covid e tem muita apreensão de pegar novamente a doença. Ele foi infectado durante o trabalho, em janeiro, no pico da segunda onda, faltando poucos dias para que pudesse receber a primeira dose da vacina. Ao completar 11 dias com a doença, a situação se agravou e ele precisou ser internado. No dia 15 de fevereiro recebeu alta para continuar o tratamento em casa.

Morete explica que depois da alta hospitalar realizou teste para verificar se ainda havia presença do vírus no organismo. “Infelizmente, meu caso foi atípico. Mesmo após os 15 dias com a doença, o vírus continuava presente. Apenas no dia nove de março, quando realizei o último exame, foi que o resultado deu negativo”, detalhou.

De acordo com ele, no protocolo do Ministério da Saúde a orientação é que, após a infecção por Covid-19, o paciente aguarde quatro semanas para ser imunizado. “Eu aguardei esse prazo e, para minha surpresa, quando fui ao local para ser vacinado, recebi a informação que havia sido encerrada a imunização com a primeira dose para os profissionais da saúde. Disseram que era preciso realizar um cadastro, o que eu fiz, mas que não havia nenhuma expectativa de data para receber a vacina”, destacou.

Na mesma situação está o técnico em patologia clínica Jorge Sardinha. Ele também teve Covid-19 no início do ano e quando procurou o serviço de saúde para se vacinar, recebeu a informação de que precisava fazer cadastro e aguardar. “Esse cadastro não apresenta nenhuma previsão. O mais grave é que estou novamente sendo exposto à doença, já que precisei voltar a trabalhar logo após o fim da licença médica”, relatou.

A técnica em patologia Marlyse Sofia da Silva passa pela mesma situação. Depois de ficar curada da Covid-19 em março, ela também não conseguiu ser vacinada. “É muito frustrante essa situação, porque não deixei de tomar a vacina por vontade própria. Infelizmente, peguei Covid no mesmo período. Fiz o cadastro como foi orientado e agora aguardo um posicionamento. Quero e preciso tomar a vacina. Retornei ao trabalho e corro risco de contrair a doença novamente”, reforçou.

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