Manaus, 07/05/2024

Brasil

“Senti um choque”, diz mulher que filmou guia morto por raio

“Senti um choque”, diz mulher que filmou guia morto por raio
27/11/2023 11h45

Imagens de um raio atingindo um grupo de turistas em uma trilha na Pedra da Gávea, no Rio, no último dia 19 de novembro, repercutiram nas redes sociais. A descarga elétrica matou o guia turístico Leilson Souza, de 36 anos, que estava acompanhado do irmão e de um grupo de turistas. Neste domingo (26), o Fantástico, da TV Globo, exibiu entrevistas com algumas das testemunhas.

– Na hora eu senti um choque na minha mão, mas aí, ao mesmo tempo, ele [marido da testemunha] já fala: “O cara morreu” (…). Quando entendi o que estava acontecendo, desliguei o telefone e foi desespero total – disse a turista Karlla Araújo, que filmou o guia momentos antes e estava se gravando no momento do acidente.

Marido de Karlla, o empresário Paulo Eduardo Santos relatou que, antes da descarga elétrica, notou sinais estranhos.

– Também senti meu dedo coçando bastante e, quando a gente se aproximou do topo, ouvimos um barulho de energia – disse.

Conforme especialistas ouvidos pelo Fantástico, antes de um raio cair em um local, forma-se um campo magnético. O fenômeno causa sensações como formigamento e faz até os cabelos arrepiarem. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, de 2013 a 2022, ao menos 835 pessoas perderam a vida por raios no Brasil, média de 83,5 mortes por ano.

O número de mortes no Brasil é cerca do dobro dos óbitos registrados na República Democrática do Congo e o triplo do número de mortes nos Estados Unidos, os dois países com mais raios após o Brasil. O Brasil é campeão mundial em incidência de raios, com cerca de 78 milhões de descargas todo ano, segundo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“ERA O GRANDE APOIO DA FAMÍLIA”
Leandro Barros, irmão de Leilson que também estava junto ao grupo no momento da trilha, relatou que cerca da metade dos serviços que o irmão fazia como guia eram na trilha Pedra da Gávea. Ele também relatou que Leilson era bastante experiente em fazer o trajeto. Sobre a vida pessoal, Leandro disse que o irmão era o “apoio da família”.

– Ele era o grande apoio da família. Era um cara feliz, que se dava bem com todo mundo – disse.

Leandro contou também como reagiu após a morte do irmão.

– Corri para cima da pedra, verifiquei pulso, coração e nada (…). Passei a corda que eu estava embaixo do ombro dele. Pedi a ajuda a dois rapazes e falei: “Gente, precisamos tirar meu irmão daqui, senão a gente não vai descer. Aquele momento foi muito difícil, porque não tinha o que fazer – completou.

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