Manaus, 05/05/2024

Política

WILKER BARRETO DIZ QUE CAOS NO SETOR DA SAÚDE DO AMAZONAS CONTINUA

WILKER BARRETO FOTO: ROBERVALDO ROCHA
WILKER BARRETO FOTO: ROBERVALDO ROCHA
06/05/2019 14h00

Passados 120 dias de governo Wilson Lima (PSC), a saúde continua um caos, com hospitais sem medicamentos essenciais e os estoques de produtos precários. O cenário de transtorno à população foi constatado pelo deputado estadual Wilker Barreto (PHS), após realizar visitas nos últimos dois dias (02 e 03 de maio) em pronto-socorro e maternidades da capital.

A pior situação está instalada no Instituto da Mulher e Maternidade Dona Lindu (Adrianópolis), onde o insumo “equipo macrogotas” (mangueira de borracha que conecta ao frasco do soro) tem estoque apenas até este sábado, 04. Sem ele, o centro cirúrgico da unidade irá parar. Outra situação que preocupa são as poucas unidades de ácido peracético, utilizado especialmente para desinfecção do material cirúrgico após uso. O material tem previsão para chegada até o meio da próxima semana.

“Acabando o ácido (peracético) vai ficar inviável fazer qualquer procedimento no hospital. Ele é um produto que esteriliza todos os utensílios da unidade”, disse um servidor do Instituto que pediu para não ser identificado. No total, faltam 64 Produtos para a Saúde (PPS) e seis medicamentos na unidade. 

HPS 28 de Agosto

No Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto (Adrianópolis) o que chama atenção é a insuficiência de pelo menos seis tipos de antibióticos, algo denunciado desde janeiro, como o Sulbactan, utilizado para combater infecções em pneumonias, otite, epiglotite, infecções do trato urinário e infecções intra-abdominais. A insuficiência de Filtro Barreira, cujo estoque é baixo – de apenas sete unidades – também é alarmante. Sem o produto de tratamento intensivo ou cirúrgico, o paciente pode desenvolver pneumonia.

Ainda no 28 de Agosto, Barreto identificou que a falta de insumos também aumentou. No dia 1º de abril, o estoque zero atingiu a cota de 39 medicamentos, e agora o número aumentou para 53. De PPS a quantidade de 49 subiu para 54, entre eles estão o cateter de acesso venoso, agulha descartável para anestesia, fio cirúrgico, algodão, agulha, gaze hidrófila, lençol hospitalar 70cmx50cm, entre outros.

“É preciso reconhecer o esforço da direção de todas as unidades para dar o amparo necessário à população. Por outro lado, as unidades sofrem com a falta de gerência da Central de Medicamentos (Cema), que não atende as demandas de remédios essenciais, alguns de janeiro. Todos os hospitais estão se respaldando e mostrando que os pedidos dos remédios e produtos estão sendo feitos, mas que a Cema não consegue abastecer as unidades. Isso é um absurdo. Vidas estão sendo colocados em risco. O Dona Lindu, corre o risco de ter as cirurgias paralisadas”, destacou Wilker. 

Balbina Mestrinho

Na Maternidade Balbina Mestrinho (Centro) a carência fica por conta de mais unidades de UTI Neonatal. A estrutura conta somente com 10 leitos, mas o atendimento para recém-nascidos de alto risco, prematuros, ou que necessitam de cuidados especiais podem ser ampliados para mais oito leitos, segundo a direção do hospital. Para isso, é necessário investimento por parte do Governo para equipamentos e RH, uma vez que espaço a unidade dispõe. O investimento deve girar em torno de R$1 milhão.

“A capacidade da Balbina tem que aumentar. Para isso, o investimento é pequeno e o impacto gigantesco. Na unidade, eles têm espaço para ampliar a UTI para oito leitos e também tem um projeto para estender em até mais 10. Assim, eles atenderiam Capital e Interior.  Além disso, o hospital fez um pedido importante à Cema, que é a de se readequar aos medicamentos e PPS, pois sua listagem não condiz mais com a padronização dos ‘novos tempos’”, destacou Wilker.

Na próxima terça-feira (06), o oposicionista vai protocolar na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) o documento solicitando explicações do Secretário da Susam, Rodrigo Tobias, quanto à falta de insumos e remédios. “Vou solicitar uma reunião para que o secretário explique essa morosidade da Cema. Precisamos saber o real motivo da falta desses medicamentos. A população não pode mais esperar”, alertou.

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