Manaus, 12/05/2024

Política

ARTHUR ABRE EVENTO QUE DISCUTE EXPERIÊNCIAS NO ACOLHIMENTO AOS REFUGIADOS

ARTHUR ABRE EVENTO QUE DISCUTE EXPERIÊNCIAS NO ACOLHIMENTO AOS REFUGIADOS
20/05/2019 16h31

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, foi o convidado para a abertura oficial do seminário sobre “Refugiados, Migrantes e Vulnerabilidade: Compartilhando Experiências e Fortalecendo Respostas na América do Sul”, promovido pela Embaixada da França no Brasil, Cooperação Regional Francesa para a América do Sul e a Agência da ONU para Refugiados – Acnur.

O evento é realizado no Palacete Provincial, Praça Heliodoro Balbi, Centro, e se estende até esta terça-feira, 21/5, com painéis que abordam as várias questões sobre o ingresso de refugiados e imigrantes no Brasil, principalmente a de venezuelanos, agravada com a crise política e econômica daquele país, e das políticas praticadas para o acolhimento dos mesmos nos diversos Estados brasileiros.

Acompanhado da primeira-dama e presidente do Fundo Manaus Solidária, Elisabeth Valeiko Ribeiro, o prefeito foi convidado a compor a mesa da abertura do evento, ao lado ministro-conselheiro da Embaixada da França, Gilles Pecassou; do adido de cooperação da Embaixada, Damian Guerin-Galvo, que atuou como mediador; do Oficial de Meio de Vida da Acnur, Paulo Sérgio Almeida; a secretária de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Estado, Carolina Braz; e a secretária municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Conceição Sampaio.

“Eu não vejo uma saída rápida para os problemas políticos na Venezuela, mas uma verdade é que não interessa a ninguém da América do Sul uma intervenção americana na Venezuela”, afirmou o prefeito. “Os Estados Unidos quando entram, não saem. Eu não gostaria de ter essa presença. A solução tem de ser pacífica e com a solidariedade internacional reforçando a democracia venezuelana”, defendeu o prefeito.

Arthur Virgílio acredita que a crise econômica vai continuar por um tempo ainda na Venezuela, mesmo quando o governo do Maduro acabar. “O Brasil é um país que tem tradição em acolhimento, daí nossa riqueza étnica. E não podemos nos negar a essa solidariedade com os venezuelanos”, complementou.

Arthur também criticou a atitude negativa do governo federal, na gestão anterior, que viu como solução do problema a simples transferência de recurso. “E não é assim que se resolve. Esperamos que essa postura seja modificada no atual governo”, destacou.

O prefeito voltou a falar sobre a proposta da prefeitura em alugar um sítio no km 53, da AM-10, para o acolhimento rural dos waraos. “Nossa ideia é devolvê-los a um ambiente o mais parecido possível com o habitat deles”, disse.

A experiência de Manaus no acolhimento aos venezuelanos, que já obteve o reconhecimento da ONU, foi um dos destaques durante a abertura.

A secretária estadual Carolina Braz destacou a atuação do prefeito, da primeira-dama e da secretária da Semasc no sentido de resolver a situação dos migrantes em Manaus. “Tem sido um trabalho árduo e intenso”, avaliou.

Paulo Sérgio Almeida, da Acnur, afirmou que a Polícia Federal já registrou 100 mil pedidos de refúgio e 64 mil pedidos de residência de venezuelanos e, independente do motivo, migrantes e refugiados são considerados vulneráveis e devem receber ajuda. “Eu quero aqui fazer um registro especial ao município de Manaus pela sua atuação generosa no acolhimento aos venezuelanos”, afirmou. Segundo ele, a ação coordenada entre os vários níveis de agentes públicos, Acnur e sociedade civil é o que garante o sucesso das políticas voltadas a esses públicos.

A embaixada da França, que tem parceria com Acnur, também falou da experiência francesa no acolhimento de refugiados de guerra na Europa nos últimos 10 anos. “Na América Latina, é a crise política na Venezuela que tem gerado o maior problema. Mais de 3 milhões de pessoas deixaram seu país. A resposta dos países tem sido exemplar, e a do Brasil principalmente. A cidade de Manaus é um destino natural deste fluxo migratório e por isso nossa decisão em financiar projetos nessa cidade”, ressaltou o ministro-conselheiro da Embaixada da França, Gilles Pecassou.

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