Manaus, 11/05/2024

Amazonas

Chuva interrompe buscas por desaparecidos em rio onde ponte desabou no AM

Chuva interrompe buscas por desaparecidos no Rio Curuçá, no Amazonas — Foto: Letícia de Paula/Divulgação
Chuva interrompe buscas por desaparecidos no Rio Curuçá, no Amazonas — Foto: Letícia de Paula/Divulgação
03/10/2022 14h20

A chuva interrompeu a retomada das buscas por desaparecidos, na manhã desta segunda-feira (3), na região do Rio Curuçá, no Amazonas, onde uma ponte desabou na quarta-feira (28). A população, que atravessa o trecho em embarcações, enfrenta um lamaçal no local.

O acidente aconteceu, em um trecho da BR-319 que fica no território do Careiro (a 102 quilômetros de Manaus). Quatro pessoas morreram, 14 ficaram feridas e há registro de desaparecidos. Até o momento, duas famílias procuraram as autoridades informando que têm parentes desaparecidos.

A rodovia é a única ligação terrestre do Amazonas com o restante do país. O Corpo de Bombeiros ainda não informou a previsão para a retomada das buscas.

Sexto dia de buscas

Nesta segunda-feira, se forem retomadas, as buscas no local chegam ao sexto dia. De acordo com o Governo do Amazonas, as buscas foram mantidas no domingo (2), primeiro turno das eleições 2022.

Os trabalhos são realizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM).

Travessia

Enquanto o trecho segue sem ponte, a travessia da população entre as margens é feita pela Defesa Civil do Estado.

A travessia também foi mantida no domingo de eleições. O secretário-adjunto da Defesa Civil do Estado, Coronel Clóvis Araújo, explicou quais trabalhos foram realizados no local.

“Nós estamos aqui com a equipe para coordenar, principalmente, a transposição do local sinistrado com segurança. Estão sendo disponibilizadas passarelas e escadas para que a população possa transitar com segurança, e estamos dando apoio ao Corpo de Bombeiros, que é o líder da ocorrência. Além disso, disponibilizamos a estrutura da Defesa Civil e também de todos os órgãos envolvidos para facilitar e mitigar o impacto desse desastre para a população”, disse.

Conforme o Governo do Amazonas, além da Defesa Civil do Estado, a Secretaria de Assistência Social (Seas) continua prestando atendimento no local.

Uma equipe de 15 pessoas, entre assistentes sociais e psicólogos, este no local no domingo de eleições para dar suporte na entrada e saída da população que precisava acessar o local de votação, ou para retornar aos municípios de origem.

Até meio-dia de domingo, mais de 2 mil pessoas atravessaram as margens do rio, retornando aos municípios próximos e acessando a capital para a votação.

O serviço realizado pelas embarcações da Defesa Civil começou às 5h do domingo e foi até as 18h. A transporte gratuito foi permitido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM).

Entenda o caso

O acidente aconteceu no km 25 da rodovia, por volta de 8h de quarta-feira (28). Parte da pista já havia sido interditada parcialmente na segunda-feira, após começar a ceder. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) só veículos leves estavam autorizados a transitar no local.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também informou que, por orientação do próprio Dnit, havia interditado parcialmente a ponte, na segunda-feira (26), por causa de más condições na estrutura. Desde então, somente veículos leves podiam circular por lá.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que pessoas saem da água, após a tragédia. Os feridos foram socorridos pela população e encaminhados para unidades de saúde do Careiro e, posteriormente para Manaus.

Três pessoas, sendo dois homens e uma mulher, morreram. A primeira vítima identificada foi Maria Viana Cordeiro, de 66 anos, servidora aposentada da Prefeitura de Manaus. Maria trabalhava na Casa Civil da administração municipal. Em nota, o prefeito de Manaus, David Almeida, lamentou a morte da ex-servidora.

A segunda vítima identificada foi o motorista Marcos Rodrigues Feitosa, de 39 anos. Segundo a esposa dele, Rainelma Gama, o homem fazia o trajeto de uma a três vezes por semana e trabalhava para uma empresa de distribuição de alimentos.

O cirurgião-dentista Rômulo Augusto de Morais Pereira, de 36 anos, é a terceira vítima identificada da tragédia. Rômulo atuava em Manaus e em Autazes, município que fica às margens da BR-319. Há dois anos, ele ia para a Comunidade Novo Céu, que fica na Zona Rural do Município, semanalmente. Ele saía às quartas-feiras para atender os pacientes e voltava às quintas.

O comandante-geral da corporação, Orleilson Muniz, disse que ainda não há como precisar o número de desaparecidos. No entanto, segundo moradores e testemunhas do acidente, há entre oito e 15 desaparecidos.

Depois do desabamento, 14 pessoas foram internadas no Careiro da Várzea e em Manaus. Nesta quinta, o Governo do Amazonas informou que 13 delas já receberam alta.

A BR-319 tem mais de 800 km de comprimento e liga a capital, Manaus, a Porto Velho (RO). A rodovia é a única ligação terrestre do Amazonas com o restante do país.

A Ponte Curuçá fica a 15 km da margem do Rio Amazonas. Para chegar a este ponto, é necessário pegar uma balsa na outra margem do rio, na altura do Distrito Industrial de Manaus. A travessia dura cerca de 45 minutos.

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