11/09/2019 10h40
“Dei entrada a uma moção de repúdio contra as falas
do ministro da Economia, Paulo Guedes, que é totalmente desfavorável ao modelo
econômico da Zona Franca de Manaus”. Foi com essas palavras que o deputado
estadual Wilker Barreto, afirmou que protocolou na Mesa Diretora da Assembleia
Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta terça-feira, uma moção de repúdio contra
o ministro Paulo Guedes, após fazer declarações ofensivas ao modelo econômico
da Zona Franca de Manaus.
Líder da Comissão de Indústria, Comércio e Zona
Franca de Manaus, Wilker classifica que Paulo Guedes tem ‘preconceito e total
desconhecimento sobre o principal modelo ambiental do mundo’. Além disso ele
também afirma que Paulo Guedes é totalmente desfavorável ao modelo econômico da
Zona Franca de Manaus. O ministro é alguém que não se porta à altura do cargo
de ministro do Estado, que deveria olhar para o Brasil como um todo e não
atacar um modelo que pessoalmente ele não é a favor. Quero que ele tenha
coragem de fazer um grande debate aqui”, diz Barreto.
A ação foi acolhida por todos os deputados presentes e teve como
co-autor o presidente da Casa, Josué Neto.
Com a atenção dada pelo presidente da Casa, Wilker ressaltou que o Poder
Legislativo reafirma sua responsabilidade e protagonismo diante de assuntos
importantes para o Amazonas. Assim, ganha força para ir até o presidente da
República, Jair Bolsonaro (PSL), que já se colocou a favor do modelo, mas que é
fortemente combatido pelo ministro da economia. Em julho deste ano, quando
Bolsonaro esteve em Manaus na Reunião Ordinária do Conselho de Administração da
Suframa (CAS), o presidente afirmou que a ZFM iria ser preservada.
“Eu falei aqui nesta tribuna que daria o voto de confiança do presidente,
mas que sou pé atrás com o Guedes. A maioria dos amazonenses não votou no
Guedes, e sim no Bolsonaro, que assumiu o compromisso incondicional com o
Amazonas e a Zona Franca quando participou da reunião da Suframa. Vamos
solicitar à Assembleia uma Audiência Pública com o presidente da República,
juntamente com a bancada federal do Amazonas, para cobrar que um ministro da
Fazenda não pode impor a sua vontade, com base na desinformação, acima do
presidente, a maior autoridade do País. Não temos que ter medo de cara feia”,
ponderou Wilker.
Wilker citou ainda sobre os cortes nos orçamentos da Suframa e da
BR-319, previstos para o ano que vem. Segundo ele, as medidas impactam
diretamente no desenvolvimento regional da Amazônia. “Para 2020, a Suframa terá
para o ano que vem 80% de redução em seu orçamento, enquanto que a BR-319 não
terá sequer um real. Essa é a forma maldosa que o ministro da Fazenda vai impor
a sua vontade, contrariando até a posição do presidente da República, conclui
Wilker.